Não é exagero afirmar que, no pós-Guerra Fria, nunca o mundo esteve tão à beira do abismo. Depois da invasão da Ucrânia, reemerge o conflito de décadas entre Israel e palestinianos, após a ofensiva demoníaca do Hamas, a 7 de Outubro, atiçado pelos que não sabem soletrar a palavra Paz.
Aquela zona do globo é, provavelmente, o nó górdio mais difícil de desatar, e não vejo qualquer solução para breve, muito menos a teoria dos dois Estados, a partir do momento em que os moderados não fazem parte do processo de decisão e, de parte a parte, tudo se polarizou em torno dos eixos mais radicais.
É que em 1993, a finalizar os Acordos de Oslo nos jardins da Casa Branca, estavam Yasser Arafat e Yitzhak Rabin, sob os auspícios de Bill Clinton.
Hoje, 30 anos depois, temos Joe Biden, Mahmoud Abbas e “Bibi” Netanyahu, verdadeiras caricaturas. E esse é um dos principais factores de insegurança, se compararmos com o passado.
Temos líderes pigmeus em densidade política e capacidade de afirmação. E, com isso, um vazio nas sociedades contemporâneas que será ocupado por aqueles que chegam mais depressa às pessoas com discursos pouco racionais. Vivemos num mundo muito perigoso.