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Lídia Bulcão: uma ex-jornalista e ex-deputada “rebelde” que vai tratar dos assuntos do Mar

Em 2011 é eleita deputada e integra o gabinete de estudos do PSD-Açores, entre 2011 e 2012. Também por esta altura faz parte do grupo de trabalho para os transportes aéreos da Madeira e dos Açores.
5 Abril 2024, 16h22

Lídia Bulcão, a nova secretária de Estado do Mar, começou a sua vida profissional como jornalista. Passou em vários meios, mas nunca mais de dois anos em cada um. A saber: um ano e dois meses no Semanário, em 1997 e 1998; oito meses na Euronotícias; dois anos na Capital. Mais tarde, entre 2002 e 2003, esteve um ano e sete meses no Tribuna das Ilhas – um jornal dos Açores (Lídia nasceu no Faial, em 1974) que ajudou a fundou e do qual foi subdiretora. Depois esteve novamente na Capital, um ano e sete meses, e o mesmo tempo no Meia Hora. Corria o ano de 2008 e foi esta a última vez que Lídia Bulcão esteve a trabalhar numa redação. Até aqui chegar foi redactora, editora, produtora, grande repórter e diretora (não necessariamente por esta ordem).

A partir daqui o seu percurso surge quase sempre ligado à política. Em 2011 é eleita deputada e integra o gabinete de estudos do PSD-Açores, entre 2011 e 2012. Também por esta altura faz parte do grupo de trabalho para os transportes aéreos da Madeira e dos Açores.

Enquanto deputada esteve na Assembleia quatro anos e cinco meses, até 2015, onde fez parte das comissões de Orçamento e Finanças; da comissão de Ética, dos Assuntos Europeus e da Agricultura e Mar. 

Também foi na Assembleia da República que protagonizou o seu momento político mais relevante até agora (sem contar com a sua nomeação para secretária de Estado na noite de quinta-feira). Estávamos em fevereiro de 2013 quando Lídia Bulcão e os restantes deputados eleitos pelas duas regiões autónomas quebraram a disciplina partidária e votaram contra uma proposta do então governo PSD de Pedro Passos Coelho que visava reduzir o diferencial fiscal entre o continente e as ilhas. Foi a primeira vez que o PSD/Açores quebrou a disciplina partidária, disse na altura Lídia Bulcão. E o PSD instaurou um processo disciplinar contra os deputados “rebeldes”.

“Estávamos plenamente conscientes disso quando quebrámos a disciplina partidária e votámos contra, estávamos conscientes de que esse era o preço a pagar pela defesa da autonomia, mas fizemo-lo conscientes da decisão e também seguindo indicações do líder partidário do PSD Açores, o doutor Duarte Freitas”, admitiu na altura a deputada.

“Essa decisão já era esperada, porque já nos tinha sido comunicado que estaria em causa a instauração de um processo disciplinar caso quebrássemos a disciplina partidária na votação da Lei das Finanças Regionais, e agora aguardamos com tranquilidade que seja comunicada oficialmente e vamos ver o que acontece depois de todo o processo”, afirmou, citada pela Lusa.

O incidente aconteceu poucos meses depois de Lídia Bulcão se ter feito militante do partido. “Este é o meu primeiro mandato, aliás, eu acabei de me fazer militante do partido, recebi o cartão agora no final do ano e por isso para mim é certamente uma situação inédita e julgo que para os meus colegas também”, admitiu a deputada.

A proposta do Governo da altura previa, entre outros aspetos, que o diferencial fiscal entre as duas regiões autónomas e o continente baixasse dos 30% para 20%, questão contestada nos dois arquipélagos.

De novembro de 2020 até fevereiro deste ano foi adjunta do presidente da Assembleia Regional dos Açores.

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