Artigo originalmente publicado no caderno NOVO Economia de 5 de agosto, com a edição impressa do Semanário NOVO.
Luís Cassiano Neves, especialista em direito desportivo
O SC Braga assume a sua condição de candidato, contratando jogadores de rendimento (Bruma, Rony, Fonte e talvez Moutinho) que não têm no clube rampa de lançamento para futuras transferências. Chegam para ganhar. O Sporting surge fulgurante, embalado por mais uma venda recorde, a de Ugarte, que o confirma com um dos vendedores de elite, e dá músculo para atacar contratações importantes, como a de Gyökeres (consumada) ou de Hjulmand e Zanoli (veiculadas), jogadores valorizados e que chegam para acrescentar. O Benfica, prestes a vender Ramos, fechou Kökçü, o melhor jogador da Eredivisie, que acaba de superar a liga portuguesa no ranking da UEFA, e foi buscar Di Maria, que, apesar da idade, era ainda muito desejado. Se segurar Rafa, António Silva ou Florentino, as águias invertem a tendência vendedora em nome da ambição desportiva. O FC Porto, amarrado pelo fair play financeiro, mantém um plantel muito competitivo, com Navarro, que permite a venda de Taremi ou Evanilson, e Nico Gonzalez numa posição essencial. A eventual venda de Diogo Costa poderá viabilizar o reforço do plantel. Mas o meu grande campeão de Julho é o Arouca. Vendeu Antony Alves ao Portland Timbers por três milhões, a maior transferência da sua história. O jovem de 21 anos vai para a MLS que, tendo apetência por jovens talentos, reserva os seus investimentos mais avultados para nomes com outro currículo. O Arouca começa a construir a sua marca de clube competente na identificação e desenvolvimento de talentos, fundamental para o seu plano de negócios.
Jorge Freitas de Sousa, comentador do programa “Jogo Económico”
O Sporting viu sair um dos jogadores que mais se destacaram na última temporada. Manuel Ugarte rumou ao PSG, representando um grande encaixe financeiro para a SAD leonina de 60 milhões de euros, que era a cláusula de rescisão. O clube de Alvalade já encaixou neste exercício uma verba acima dos 111 milhões, fruto principalmente das transferências de Pedro Porro e Manuel Ugarte.
Nas águias e nos dragões pode ainda haver saídas de jogadores, que irão significar enormes encaixes financeiros. No Benfica, poderá estar por horas a venda de Gonçalo Ramos ao PSG, num negócio fixado em 65 milhões, mais 15 milhões de euros por objetivos. Já o FC Porto, que tem a necessidade de vender, poderá ver sair o guarda-redes, Diogo Costa, que é neste momento o principal ativo dos portistas. Quanto às entradas nos vários clubes, destaques até ao momento para Orkun Kökcü (Benfica, 25 milhões de euros), Viktor Gyökeres (Sporting, 20 milhões de euros) e Fran Navarro (FC Porto, 7 milhões de euros). Para qualquer um dos três grandes poderão ainda chegar mais reforços até ao fecho de mercado, no próximo dia 31 de agosto. Por fim, destaque para o SC Braga, que atempadamente reforçou o seu plantel para lutar pelo acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões. Os bracarenses fizeram
duas aquisições que poderão vir a ser importantes, Rodrigo Zalazar (5 milhões de euros) e Rony Lopes que chega a custo zero.
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