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Lionesa pede que Governo repense escolha de Lisboa para “Europa Startup Aliança das Nações”

O grupo Lionesa atraiu para o Porto, nos últimos anos, investimento estrangeiro, nomeadamente com empresas multinacionais tais como a Oracle, Farfetch, eDreams, Vestas, Cofco, Klockner Pentaplast, Generix ou a Hilti.
3 Abril 2021, 09h20

A Lionesa, centro de negócios em Matosinhos (Porto) que hospeda mais de 120 empresas, pediu este sábado ao Governo e presidente do Conselho da União Europeia para “reponderar a proclamação” de Lisboa como sede da “Europa Startup Aliança das Nações”.

A Lusa teve acesso este sábado a uma carta aberta assinada por Pedro Pinto, administrador do Grupo Lionesa, dirigida ao Governo da República Portuguesa e ao presidente do Conselho da União Europeia, em que é questionada a recente decisão do Governo da República Portuguesa, enquanto Presidente da União Europeia, de “criar uma estrutura dedicada ao empreendedorismo, denominada Europa Startup Aliança das Naçõe, e cuja representação permanente ficará em Lisboa”.

No dia 19 de março, o primeiro-ministro, António Costa, país que detém a presidência do Conselho da União Europeia até junho, disse no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, durante a abertura de uma conferência dedicada ao “Dia Digital”, que seria lançada “uma nova estrutura europeia de empreendedorismo – a Europe Startup Nations Alliance – , uma ferramenta de concretização do desígnio europeu nesta área”.

“A estrutura permanente, localizada em Lisboa, contribuirá para reforçar a marca europeia na área do empreendedorismo, evitar a fuga de empreendedores para outras geografias, reter e atrair talento, estimular o investimento, e promover a implementação das melhores práticas, harmonizando as ações dos 27 [Estados-membros] destinadas a alcançar um mesmo objetivo. Em suma, um novo modelo operacional de acompanhamento do ecossistema de empreendedorismo, mais eficaz, focado em atingir resultados”, disse.

O grupo Lionesa recorda ao primeiro-ministro, na Carta aberta, que o Porto também tem “Internet, fibra ótica, empresários e talento”.

“À imagem do que sucedeu com o anterior e gorado processo de localização de uma agência europeia, declaramos, de mãos dadas e em uníssono, que o Porto, entendido como território plurimunicipal integrante de uma mesma Frente Atlântica e sede do maior e mais inovador hub da novíssima indústria 4.0, também tem Internet, fibra ótica, empresários e talento; também ousa empreender e acrescentar valor; também é Europa, acolhe ‘Start Ups’, firma sólidas Alianças e, até muitos o dizem, é em si uma nação”, lê-se na Carta aberta.

A missiva chama a atenção do Governo para a “necessidade de alargar as escolhas a outros territórios como o Norte de Portugal e sugere que se gere um “debate sobre o processo que leva a que as escolhas públicas caiam, quase sempre, no mesmo lugar”, referindo-se à capital portuguesa.

“Com o mesmo Bravo! que saudamos a ambição de Portugal ser promotor primeiro e casa última da sede da “Europa Startup Aliança das Nações”, também abrimos a boca de espanto com a aparente inevitabilidade, e silêncio, com que a sua localização foi anunciada para Lisboa”, lê-se na Carta Aberta com o título ““Startup Portugal ou Startup Lisboa?”.

A Lionesa refere que “adora Lisboa, a sua luz, a sua vibração e a sua notável capacidade de sucção”, mas que adora “ainda mais Portugal, a sua escala, a sua coesão e a sua notável capacidade de atração.

“Quase tanto quanto adoramos Portugal, adoramos as ‘startups’: a sua vitalidade, a sua ousadia e a sua inabdicável ambição. Adoramos também a Europa: a sua diversidade, a sua solidariedade e a sai inesquecível aposta na transição verde e digital”.

Na Carta aberta, o grupo empresarial refere que o principal objetivo é “promover a saúde e o bem-estar da comunidade de mais de cinco mil trabalhadores de 30 nacionalidades diferentes, estimulando a criatividade e, acima de tudo, priorizando a sustentabilidade”.

O grupo Lionesa atraiu para o Porto, nos últimos anos, investimento estrangeiro, nomeadamente com empresas multinacionais tais como a Oracle, Farfetch, eDreams, Vestas, Cofco, Klockner Pentaplast, Generix ou a Hilti.

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