Com uma produção de vinhos centenária a região de Lisboa ainda não tem o reconhecimento que merece para se tornar uma referência no setor a nível nacional. Este sentimento é transmitido por Bernardo Alves, diretor-geral da Adega Mãe, em declarações ao Jornal Económico (JE). “A região de Lisboa, acaba por ter vinhos a um preço competitivo, justo e com um perfil que se adapta no fundo a diferentes consumidores”, refere.
“Falamos de vinhos perto dos dois euros. A região não tem necessidade de entrar em guerras competitivas de um 1,20 ou 1,30 euros como muitas vezes existe infelizmente no mercado português”, afirma, destacando os níveis de exportação da região que se voltou muito cedo e adaptou-se muito rapidamente ao mercado de exportação.
“Fruto desse investimento e dessa adaptabilidade e flexibilidade a região teve muito sucesso além-fronteiras. Estamos a falar de destinos como a Colômbia, mas podemos falar do Brasil, de África, do mercado europeu, o próprio mercado escandinavo, onde Lisboa também domina a nível dos vinhos portugueses”, sublinha.
Contudo, no mercado nacional a quota é de apenas 4%. “É muito pouco para aquilo que é uma das regiões mais antigas de Portugal”, afirma, acrescentando que para que este cenário seja invertido é preciso uma maior aposta no marketing e mais projetos de referência na região.
“Não será um produtor, dois ou três. Na minha opinião, falta investimento em empresas de referência, ou seja, mais investimentos, adegas e aquelas que existem crescerem mais”, salienta.
Bernardo Alves realça que a região Lisboa faz vinhos há centenas de anos, quando comparado com o Alentejo, que é uma região que não tem 100 anos a fazer vinho. “A região de Lisboa tem bons vinhos tintos e de excelência de brancos e infelizmente ainda não tem o reconhecimento que acho que a região merece, mas é um trabalho que tem vindo a ser feito”, afirma.
No caso da Adega Mãe o sucesso além-fronteiras tem sido feito, entre outros territórios, no mercado sul-americano. “Temos desenvolvido uma parceria muito forte com uma rede de supermercados na Colômbia que pelo facto de ter muitas lojas as vendas também são à proporção do tamanho da rede de lojas que eles têm. É uma rede com 2.500 lojas”, refere Bernardo Alves.
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