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Livre anuncia apoio à candidatura presidencial de Ana Gomes

Apoio à antiga eurodeputada socialista foi garantido por quase 90% dos membros e apoiantes do partido que participaram na consulta. Grupo de contacto do Livre diz que Ana Gomes “tem mostrado que será uma Presidente livre, dialogante e firme”, contrapondo o mandato “complacente, passivo e conservador” de Marcelo Rebelo de Sousa.
  • Cristina Bernardo
21 Setembro 2020, 13h13

O Livre anunciou nesta segunda-feira o apoio à candidatura presidencial de Ana Gomes, depois de uma consulta interna que demonstrou uma preferência esmagadora pela antiga eurodeputada socialista. Entre os membros e apoiantes do partido que participaram nessa consulta, 88,9% escolheram Ana Gomes, enquanto a atual eurodeputada do Bloco de Esquerda Marisa Matias só convenceu 9,9%, dividindo-se os restantes por outros candidatos. Antes disso, 91% dos membros e apoiantes do Livre tinham aprovado que o partido desse apoio a uma candidatura presidencial, na sequência de uma consulta idêntica à que ocorreu nas presidenciais de 2016, quando o independente Sampaio da Nóvoa foi o escolhido.

Para o grupo de contacto do Livre, “é urgente apoiar Ana Gomes, por ser uma candidata que entende a política como uma força pela construção do bem comum”, mas também porque a esquerda “não pode deixar de ter uma voz forte nestas eleições presidenciais, dado o impacto das candidaturas da extrema-direita e centro-direita”.

Segundo o partido fundado por Rui Tavares, que perdeu representação parlamentar após a retirada de confiança política na deputada Joacine Katar Moreira, que passou a deputada não inscrita, “Ana Gomes tem mostrado que será uma Presidente livre, dialogante e firme”, o que é um “posicionamento fundamental em vésperas de Portugal assumir a presidência do Conselho da União Europeia e de beneficiar de um Pacote de Recuperação Económica”. E também “decisiva para o necessário aumento de confiança nas instituições do país e da União Europeia”, empenhada nos “combates contra a corrupção e contra a evasão fiscal” e atenta à intervenção de Portugal no plano externo.

Criticando Marcelo Rebelo de Sousa por ter sido “complacente, passivo e conservador” no mandato presidencial, o grupo de contacto do Livre apela à mobilização em torno de uma campanha plural e aberta, assumindo “a sua responsabilidade perante a democracia com uma posição clara de apoio à candidata que melhor garante uma Presidência progressista, ecológica e humanista a Portugal”.

Com este apoio, Ana Gomes junta-se ao rol de candidatos presidenciais com apoio partidário, como André Ventura (Chega), Tiago Mayan Gonçalves (Iniciativa Liberal), Bruno Fialho (PDR), Vitorino Silva (RIR), Marisa Matias (Bloco de Esquerda) e João Ferreira (PCP). Marcelo Rebelo de Sousa ainda não anunciou a recandidatura, pelo que o PSD e CDS têm adiado a formalização de apoio, enquanto o PS reserva para o final de outubro a posição oficial. No entanto, os manifestos anticorpos que a antiga eurodeputada socialista tem no seio do seu partido e várias declarações de apoio mais ou menos claras ao atual Presidente da República tornam provável que o partido dê liberdade de voto aos seus militantes.

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