Ninguém poderá ficar indiferente ao observar os lindíssimos biombos Namban patentes no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, que atestam a chegada dos mercadores e marinheiros portugueses a essa terra longínqua e misteriosa, mais tarde identificada como o mítico Cipango de geógrafos medievais e de Marco Polo, e localizada, de forma vaga, apenas em 1515. Note-se que o nome destas peças de arte – que são, também, importantes documentos históricos – vem de “namban jin”, que significa “bárbaros do Sul”.
O desembarque desta gente sem maneiras, de estranho linguajar e grandes apêndices nasais no porto de Nagasáqui, rapidamente deu lugar a frequentes trocas comerciais e ao estabelecimento de relações diplomáticas. Entre estes viajantes pioneiros, encontravam-se os jesuítas – nomeadamente, Francisco Xavier –, que serão os primeiros exploradores do país entre 1549 e 1551. Foi o início daquilo que os historiadores designaram como “o século cristão do Japão”, antes das perseguições e de o país se fechar sobre si mesmo, em 1639.
A Imprensa Nacional – Casa da Moeda acaba de editar “A descoberta do Japão. Primeiros testemunhos e primeiros mapas, 1543-1552”, obra publicada em 2017 pelas Éditions Chandeigne, de Michel Chandeigne e Ana Lima, que têm feito mais pela divulgação da nossas história e cultura junto dos leitores franceses do que muitas instituições portuguesas.
O livro, que tem tradução de Sandra Monteiro, reúne material sobre as Terras do Sol Nascente desde que era conhecida no Ocidente como Cipango e cujas supostas riquezas em ouro assombraram Cristóvão Colombo, passando pela viagem de Jorge Álvares, a “Peregrinação”, de Fernão Mendes Pinto, ou a descrição pelos japoneses da nossa chegada (relato que permitiu fixar com precisão a data em que ocorreu: 23 de setembro de 1543).
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