“O ano de 1571 assistiu a uma coincidente convergência de forças em todo o mundo. Enquanto [Miguel López de] Legazpi estabelecia um assentamento permanente em Manila, as maciças galés de Filipe II troavam pelo Mediterrâneo na direção de uma armada otomana para a decisiva batalha naval de Lepanto. No Japão, os portugueses estabeleciam uma feitoria em Nagasáqui. Em Pequim, o imperador Ming instituía uma radical revisão do sistema tributário chinês. Um único elemento unia todos estes acontecimentos desconexos no tempo e no espaço: a prata, adotada para negociar, permutar e desencadear guerras.”
Este excerto de “A Rota das Especiarias”, livro em que o historiador Roger Crowley – autor de “Conquistadores. Como Portugal criou o primeiro império global” – narra a disputa ibérica no século XVI, em águas do Índico, pelo controlo do comércio destas preciosas mercadorias, mostra bem como, há já uns séculos, é a acumulação de riqueza que marca a História.
Recorde-se que foram os portugueses, em 1511, os primeiros ocidentais a chegar às Molucas (a que se deu o nome de Ilhas das Especiarias), onde abundavam o cravinho e a noz-moscada, que viriam a proporcionar fortunas chorudas – sobretudo aos holandeses que, umas décadas depois, viriam a expulsar-nos da zona e a criar um verdadeiro império comercial através da Companhia das índias Orientais, a quem o governo dos Países Baixos cedeu os direitos de exploração. Editado agora em português pela Presença, o livro tem tradução de João Cardoso.
Eis a sugestão desta semana da livraria Palavra de Viajante.
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