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Livro: “Hotel Vermelho”

Estaline aceitou que um grupo de jornalistas ingleses e norte-americanos ficasse em Moscovo a fazer a cobertura da guerra. Foram alimentados de propaganda soviética e caviar e mantidos numa espécie de gaiola dourada, o Hotel Metropol. Philps investigou e agora conta essa estória.
7 Dezembro 2024, 10h22

Pondo um fim súbito ao Pacto Molotov–Ribbentrop, com o qual Estaline e Hitler dividiram parte da Europa Central e de Leste e prometeram neutralidade mútua, em 1941 as tropas alemãs deram início à Operação Barbarossa, lançando-se a caminho de Moscovo e deixando um rasto de devastação pelo caminho, como no caso da Ucrânia. Algumas cidades – como Lviv, que, em 1939, quando os soviéticos chegaram, pertencia à Polónia – passaram para as mãos dos alemães, regressando à União Soviética logo após o final da segunda Guerra Mundial.

A abertura da Frente Oriental deu nova dimensão ao conflito e, por insistência de Churchill, Estaline aceitou que um grupo de jornalistas ingleses e norte-americanos ficasse em Moscovo a fazer a cobertura da guerra.

 

 

Instalados no Hotel Metropol – frente ao Bolshoi e a cinco minutos a pé do Kremlin, foi o primeiro hotel de luxo de Moscovo, à altura do Waldorf Astoria (Nova Iorque), Claridge’s (Londres) ou Ritz (Paris) –, estes correspondentes eram alimentados de propaganda soviética e caviar e mantidos numa espécie de gaiola dourada, onde não faltava quem, sabendo como os invernos russos são rigorosos, ajudasse a aquecer os lençóis da cama, aproveitando para difundir informação junto com o calor corporal. As leais foram recompensadas, as dissidentes partiram involutariamente para a Sibéria.

“Hotel Vermelho”, do jornalista Alan Philps, que resulta de uma longa investigação, foi editado pela Vogais, com tradução de Manuel Santos Marques.

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