“Morramos ao menos no porto”, o segundo livro de Francisco Mota Saraiva, vencedor do Prémio José Saramago 2024, chega às livrarias a 20 de março com a chancela da
Quetzal Editores.
Em entrevista ao Jornal Económico, aquando da atribuição deste importante prémio, Francisco explicou que o título que escolheu para o seu novo romance parte de uma frase de Séneca, em Cartas a Lucílio. “Por inteiro, diz «se vivemos no meio das vagas, morramos ao menos no porto”. Chamamos a morte à colação, uma vez que também marca presença no seu primeiro romance. É um tema que interessa particularmente ao autor? “Tanto neste livro como no anterior, o tema da morte surge com alguma recorrência. Mas é, sobretudo, uma indagação que todos nós temos sobre o que é, o que significa, de que forma nos afeta. Tento sempre explorar o lado mais doloroso das personagens”.
E o que conta o livro agora premiado? “Conta uma história de amor, que é narrada na primeira pessoa, na voz de um narrador, e tem por trás um acontecimento macabro”. “Procuro refletir sobre aquilo que são as nossas dores mais comuns, mais corriqueiras, digamos, e que todos nós passamos por elas, com mais ou menos exagero, com o exagero próprio da literatura, e transformar essas dores em algo que possa ser mais palpável”. Acredita em deus, mas não é católico praticante. “O praticar é acreditarmos ou não. Mas, mais do que isso, tenho algum fascínio por essa dimensão divina e tento explorá-la naquilo que escrevo. Não tanto em termos espirituais, mas mais no sentido de como isso condiciona as nossas ações, comportamento, a forma como nos relacionamos com os outros, e de que forma isso afeta o nosso livre-arbítrio. Essa é a dimensão que mais me interessa”.
Uma breve nota biográfica
Francisco Mota Saraiva nasceu em Coimbra em 1988. É licenciado em Direito pela Universidade Nova de Lisboa e tem um mestrado em Direito e Gestão, pela Nova School of Business and Economics. Em 2021, foi-lhe concedida uma bolsa de criação literária, pela Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas, e, em 2023, uma residência literária pela Fundação Eça de Queiroz. “Aqui onde canto e ardo” foi o
seu primeiro romance, vencedor do Prémio Revelação Agustina Bessa-Luís, em 2023. Em 2024, foi distinguido com o Prémio Literário José Saramago, com “Morramos ao menos no porto”, agora publicado pela Quetzal, e que também será lançado este ano no Brasil.
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