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Lloyd’s com lucros de 783 milhões de euros até setembro. Caem 64% num ano

No acumulado dos nove meses, o banco liderado por António Horta Osório registou lucros de 707 milhões de libras (783 milhões de euros) o que traduz uma queda de 64% face aos nove meses de 2019. Imparidades de 4,119 mil milhões de libras justificam a queda dos resultados líquidos. Mas no terceiro trimestre o banco regressou aos lucros.
29 Outubro 2020, 10h57

O banco inglês liderado pelo português António Horta Osório, anunciou os resultados do terceiro trimestre. O CEO realça que o “modelo de negócios resiliente” permitiu o regresso aos lucros no terceiro trimestre. O Lloyd’s Banking Group registou lucros entre julho e setembro de 688 milhões de libras (762 milhões de euros), o que compara com prejuízos de 238 milhões de libras (-263,6 milhões de euros) nos meses homólogos do ano anterior.

No acumulado dos nove meses, o banco liderado por António Horta Osório registou lucros de 707 milhões de libras (783 milhões de euros) o que traduz uma queda de 64% face aos 1,987 mil milhões de libras (2,2 mil milhões de euros) nos nove meses de 2019.O banco teve lucros antes de impostos de mil milhões de libras.

O Lloyd’s fala de um ROTE (retorno sobre capital tangível) de 7,4% no trimestre, para demonstrar o regresso à rentabilidade.

Imparidades de 4,119 mil milhões de libras (4,6 mil milhões de euros), na maioria para crédito, que comparam com 950 milhões de libras (1,05 mil milhões de euros) justificam a queda de 64% nos resultados líquidos do grupo. Mais uma vez este volume de imparidades resulta da adoção do novo quadro macroeconómico que resulta da crise pandémica. O banco tem agora uma estimativa de imparidades para o ano inteiro à volta de 4,5 mil milhões de libras (cerca de 5 mil milhões de euros), situando-se na extremidade inferior da faixa de 4,5-5,5 mil milhões de libras que foi dada nos resultados do semestre em julho.

A receita líquida de juros somou nos nove meses 10,8 mil milhões de libras  (12 mil milhões de euros), o que reflete uma queda de 17%, com  3,4 mil milhões de libras no terceiro trimestre, refletindo um ambiente de taxas de juros mais baixas e a queda de outras receitas (por exemplo da gestão de ativos).

O banco reportou custos totais de 5,8 mil milhões de libras (4% mais baixos do que no período homólogo), com redução dos custos operacionais, “permitindo o investimento contínuo em projetos digitais e melhoria do apoio aos clientes durante a pandemia. O banco no terceiro trimestre registou custos totais de 1,9 mil milhões de libras abaixo do mesmo período no ano anterior”.

A diferença entre receitas e custos, dá um excedente de 5 mil milhões de libras, nos nove meses (incluindo 1,5 mil milhões de libras no trimestre), proporcionando capacidade significativa para absorver os impactos de deterioração da crise do coronavírus, assegura o banco.

“Embora o nosso desempenho tenha sido claramente afetado pela pandemia e pelo ambiente económico desafiador que lhe está associado, estou satisfeito por ver agora uma recuperação de negócios encorajadora e, com prejuízos significativamente menores, um retorno à rentabilidade no terceiro trimestre. Em particular, aumentaram os novos pedidos de créditos hipotecários em 3,5 mil milhões de libras no trimestre (…) e apoiamos empresas com uma participação de 18% nos créditos protocolados com garantia do Estado. Dado o desempenho financeiro, fomos capazes de fortalecer ainda mais nossa posição de capital para 15,2% e orientámos o nosso guidance para imparidades e para os ativos ponderados pelo risco (RWA)”, diz António Horta-Osório no Relatório e Contas.

Horta-Osório destaca ainda que a pandemia acelerou muitas tendências em torno de formas de trabalho e adoção digital e “o nosso investimento de longo prazo em propostas digitais posicionou bem o Grupo para continuar a apoiar nossos clientes. Como resultado, o número de usuários digitais continuou a aumentar, a proporção de produtos vendidos digitalmente está a aumentar e a satisfação do cliente está em níveis recordes. A nossa proposta digital e foco na mudança tecnológica continuarão sendo uma prioridade conforme aceleramos nossa transformação”, diz ainda o CEO.

“A orientação do Grupo para 2020 reflete uma resposta proativa ao ambiente económico desafiador e é baseada nas atuais premissas macroeconómicas do Grupo”, diz o Lloyd’s.

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