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L’Oréal mantém 300 trabalhadores em Portugal e 60 mudam-se para Madrid ou Paris

Maior grupo de cosmética do mundo vai juntar L’Oréal Portugal e L’Oréal Espanha numa única subsidiária ibérica. A partir de 1 de janeiro de 2022 operação em Portugal é controlada desde Espanha. Futuro da direção executiva portuguesa ainda não é conhecido, mas há chefias lusas a serem convidadas a mudar para Madrid ou Paris.
9 Julho 2021, 19h26

Dos cerca de 400 trabalhadores diretos que tem em Portugal, a L’Oréal vai manter cerca de 300 trabalhadores em solo nacional e deslocalizar cerca de 60 para Espanha ou França. Os restantes 40 saem da empresa, confirmou fonte da L’Oréal ao Jornal Económico (JE), depois da notícia do JE a dar conta da criação de uma estrutura ibérica do maior grupo de cosmética do mundo.

O grupo L’Oréal vai acabar com a L’Oréal Portugal até ao final do ano e já tem em curso a descontinuação da estrutura portuguesa enquanto centro de decisão autónomo. Os funcionários da unidade portuguesa estão a ser informados sobre a nova estratégia do grupo e algumas equipas, chefias e direções executivas foram sondadas para continuar a trabalhar na L’Oréal, mas a partir de Espanha. Os produtos do maior grupo de cosmética do mundo vão, naturalmente, continuar a ser vendidos no mercado português, e os escritórios portugueses onde as operações de ativação se definem também são para manter. Mas toda a operação relativa ao mercado português será controlada a partir de Madrid, capital espanhola.

A decisão já foi confirmada pela cúpula do grupo francês, que adiantou ao JE que decidiu passar a abordar os mercados português e espanhol como um todo, a partir de uma “organização conjunta”. Por isso, a L’Oréal Portugal e a L’Oréal Espanha vão acabar até ao fim de 2021. A partir de 1 de janeiro de 2022, inicia atividade uma subsidiária ibérica, cujo quartel-general será na capital espanhola, “com ambos os países a manter as respetivas equipas de ativação locais”.

Ora, a centralização da operação lusa em Madrid está a determinar a reestruturação dos recursos humanos em Portugal. Isto, porque apesar de manter ativo o escritório do Arquiparque [em Miraflores, concelho de Oeiras], a filial L’Oreal Portugal deixará de existir. Será criada uma nova entidade para a Península Ibérica, com sede em Madrid, uma criação que não só retira de Portugal um centro de decisão do grupo francês como reduz a dimensão da L’Oréal no país.

“[Dos atuais 400 trabalhadores], 10% [cerca de 40] não vão continuar na nova estrutura, porque não aceitaram por diferentes razões. Trezentos ficam em Portugal e os restantes vão para Madrid ou Paris [França]. Ou seja, dos atuais 400 há uma redução de 10% – cerca de 300 [90%] ficam no cluster [Portugal e Espanha], desses 300 ficam em Portugal”, clarificou fonte da L’Oréal em Portugal.

Quanto à nova estrutura, de dimensão ibérica, a mesma fonte disse que não está definido quem assumirá a liderança da nova subsidiária ibérica. “Provavelmente só vai ser anunciado mais perto do dia 1 de janeiro de 2022, data em que a nova estrutura arranca”, afirmou.

Num comunicado emitido esta sexta-feira de manhã, corroborando a notícia do JE, a L’Oréal Portugal fez saber que as alterações vão “promover uma maior proximidade local com os clientes e consumidores em ambos os mercados, concentrando-se em Portugal, os recursos go-to-market e de front office”, lê-se num comunicado da L’Oréal Portugal.

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