O lucro líquido da EDP-Energias de Portugal subiu 23%, em termos homólogos, para 180 milhões de euros no primeiro trimestre do ano anunciou a empresa esta quinta-feira, impulsionado por eventos não-recorrentes, nomeadamente alienações de ativos na Peninsula Ibérica em 2020.
“O resultado líquido recorrente aumentou 6% face ao período homólogo, para 159 milhões de euros no primeiro trimestre, impulsionado pela contribuição da espanhola Viesgo e forte desempenho dos negócios de produção hídrica e comercialização, que compensaram o evento extraordinário nas renováveis nos EUA e a comparação negativa face ao resultado excecionalmente forte da intermediação no primeiro trimestre de 2020”, adiantou, em comunicado publicado no site da CMVM.
O EBITDA – lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização – desceu 12% para 864 milhões de euros, enquanto o EBITDA recorrente caiu 8% para 844 milhões. Excluindo variações cambiais, o EBITDA recorrente manteve-se em linha com o período homólogo
A EDP explicou que 85% da produção de electricidade da EDP teve origem em energias renováveis, sendo que as emissões especificas de CO2 baixaram 9% em termos homólogos, acelerando o contributo para a descarbonização. O investimento bruto aumentou 52% para 700 milhões dos quais 93% alocados a atividades alinhadas com a transição energética.
O EBITDA recorrente do segmento de renováveis desceu 10% para 445 milhões de euros impactado sobretudo pela queda na atividade nos EUA, penalizada pela produção de energia eólica abaixo da média, e pela perda de cerca de 35 milhões no mercado do ERCOT no Texas, associados aos efeitos extremos do Vortex Polar que afectou a região central dos EUA no início de fevereiro.
A EDP Renováveis, na qual a EDP detém uma participação de 75%, anunciou esta quinta-feira, antes da abertura da bolsa, que o lucro líquido afundou 39% para 38 milhões de euros no primeiro trimestre face a período homólogo, devido a essa vaga de frio nos EUA.
O segmento de comercialização e gestão de energia registou um EBITDA recorrente de 86 milhões, 55% abaixo do desempenho excepcional do período homólogo, mas em linha com a média dos três trimestres anteriores. Na produção térmica, a comparação homóloga está penalizada pelo encerramento da central de Sines no final de 2020 (EBITDA de 27 milhões no primeiro trimestre de 2020.
Na comercialização de energia, a recuperação do EBITDA foi suportada sobretudo pelo aumento da taxa de penetração de novos serviços de 25% para 29%
“A evolução homóloga dos resultados financeiros está significativamente impactada pelo custo extraordinário com recompra de dívida registada no primeiro trimestre de 2020 (57 milhões), e ganhos cambiais e derivados financeiros (+ 18 milhões no primeiro trimestre vs. -5 milhões no ano passad).
Excluindo estes impactos, os juros financeiros líquidos totalizaram 141 milhões, uma queda de 2% face ao período homólogo, suportada pela ligeira redução (-10pb) do custo médio de dívida para 3,3%.
No final de março de 2021, a dívida líquida totalizava 13,1 mil milhões, impactada por um aumento do investimento no fundo de maneio resultante da optimização da gestão de tesouraria num contexto de elevada liquidez financeira e baixas taxas de juro de curto prazo.
Ajustando a dívida líquida pelo encaixe do aumento de capital da EDPR, de 1,5 milhões em março, no final desse Mês o rácio dívida líquida/EBITDA era de 3,4 vezes, e o rácio FFO/Dívida líquida era de 21%.
[Atualizada às 17h22]
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