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Lucro da Navigator derrapa 35% para os 109 milhões de euros em 2020

O grupo registou um volume de negócios de 1.385 milhões de euros, menos 17,9% que os 1.687,9 milhões de 2019. Mas o quarto trimestre do ano em referência já foi de recuperação.
25 Janeiro 2021, 18h35

A The Navigator Company atingiu lucros de 109 milhões no final do exercício de 2020, o que resulta num emagrecimento de 35% em relação aos 168,3 milhões obtidos no ano anterior, ao mesmo tempo que reduziu o endividamento em 35 milhões e registou “um aumento das vendas de tissue em 10% e da pasta de papel em 25%”.

“Estes resultados foram alcançados num ano de grande adversidade, o mais difícil da história da empresa, marcado pelo forte impacto da pandemia na procura dos seus produtos e por uma quebra acentuada de preços”, refere o grupo em comunicado à CMVM.

No ano em referência, a The Navigator registou um volume de negócios de 1.385 milhões de euros, menos 17,9% que os 1.687,9 milhões de 2019, “tendo as vendas de papel representado cerca de 68% do volume de negócios, as vendas de pasta 11%, as vendas de tissue 10% e as vendas de energia também 10%”. O EBITDA de 2020 foi de 286 milhões, uma redução de 23%.

O ano de 2020 “ficou marcado pela queda expressiva no consumo global de papel de impressão e escrita (UWF) em resultado da pandemia, sobretudo no segundo trimestre, tendo-se assistido no terceiro e quarto trimestres a uma recuperação expressiva, particularmente na Europa”.

Neste contexto, a Navigator “evidenciou uma forte flexibilidade e resiliência no seu modelo de negócio, ajustando-se de forma ágil às alterações de mercado e actuando significativamente em toda a sua base de custos fixos e variáveis”, diz ainda o comunicado publicado esta segunda-feira, depois do fecho do mercado.

Ao longo do quarto trimestre, a Navigator retomou os seus níveis de produção e conseguiu registar uma evolução positiva em relação ao trimestre anterior. Os resultados líquidos dos últimos quatro meses do ano atingiram os 34 milhões de euros, um crescimento de 9% relativamente ao 3º trimestre e de 64% face ao quarto trimestre de 2019.

Ao nível dos investimentos, “destaque para a conclusão e arranque da nova caldeira de biomassa da Figueira da Foz, um investimento que representa o mais relevante passo do roteiro de descarbonização, já que que irá permitir a redução das emissões de CO2 do grupo em mais de 30% em 2021”, atingindo já este ano 33% 3 da redução anunciada para a neutralidade carbónica em 2035.

“O Grupo manteve uma forte capacidade de geração de cash flow livre, que atingiu 234 milhões de euros (vs 186 milhões), com um capex de cerca de 81 milhões (versus 158 milhões”, ao mesmo tempo que o endividamento líquido reduziu-se em 35 milhões (para 680 milhões), depois da distribuição de 198 milhões de dividendos.

Ao mesmo tempo, “o ano de 2020 ficou marcado pelo esforço significativo de contenção global de custos. Ao nível da otimização dos gastos variáveis os principais fatores de melhoria ocorreram nas seguintes rubricas: fibras externas (não só por via da evolução do preço da fibra longa e fibra curta mas também por um esforço significativo de redução do respetivo consumo específico); madeira (nomeadamente devido ao trabalho feito em todas as unidades fabris para reduzir o consumo específico registado no período e a uma alteração favorável do mix de origens); químicos (devido quer à redução do preço de alguns produtos quer ao trabalho desenvolvido para reduzir os consumos, nomeadamente, mas não exclusivamente, no branqueamento); e materiais de embalagem”.

Ao longo do ano “foi possível verificar uma forte contenção ao nível dos gastos fixos, que se situaram cerca de 47 milhões de euros (menos 15%) abaixo do período homólogo com a evolução positiva de todas as rubricas de custos fixos, mas com especial relevância da redução dos custos de funcionamento, em particular nos custos das áreas corporativas”.

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