O Millennium bcp fechou o primeiro semestre do ano com um resultado líquido de 12,3 milhões de euros, o que representa uma queda de 83,9% face ao período homólogo de 2020, anunciou hoje o banco liderado por Miguel Maya, num comunicado divulgado no site da CMVM. Os resultados semestrais foram fortemente penalizados pela constituição de provisões para riscos legais relacionados com créditos hipotecários na Polónia. Sem essas provisões, o lucro semestral teria aumentado 23,3% para 118,3 milhões de euros, suportado no crescimento da atividade do banco.
De acordo com o comunicado, a margem financeira do Millennium bcp no primeiro semestre aumentou 0,7% para 768,2 milhões de euros, ao passo que as comissões tiveram um crescimento de 6,4% para 352,6 milhões de euros. O produto bancário cresceu 6,6% face ao primeiro semestre do ano passado, para 1.122,6 milhões de euros, mas a rentabilidade dos capitais próprios caiu de 2,6% em junho de 2020 para 0,4% no primeiro semestre deste ano.
O banco destaca o forte crescimento na base de clientes mobile, que aumentaram em 567 mil, dos quais 211 mil no mercado português, refletindo a aposta do BCP nas plataformas digitais.
Por sua vez, os custos operacionais tiveram uma subida homóloga de 7,9%, para 591,8 milhões de euros, dos quais uma parte significativa (87,2 milhões de euros) foram não-recorrentes. Já os custos recorrentes tiveram uma descida de 4,4% em termos homólogos, com os custos com pessoal a diminuírem em 12 milhões de euros, para 287,1 milhões. Também os custos administrativos caíram em cerca de 11 milhões de euros, para 149 milhões.
O ativo total teve um crescimento de 5,6% para 91,3 mil milhões de euros, com o crédito a clientes a subir 4,1% para 55,8 mil milhões de euros. Já os recursos totais de clientes, incluindo depósitos, tiveram um crescimento homólogo de 8,6% para 90,3 mil milhões de euros, num ano em que os níveis de poupança tiveram uma forte subida em Portugal, devido às medidas de confinamento e de restrição da circulação decretadas para enfrentar a pandemia de Covid-19.
Imparidades diminuem no crédito, mas aumentam na Polónia
As imparidades e provisões totalizaram 461,9 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano, com um reforço de 214,2 milhões de euros para riscos legais associados a créditos em francos suíços concedidos na Polónia. De registar ainda um montante de 87,2 milhões de euros em Portugal, “respeitantes essencialmente a custos de reestruturação”, explicou o banco.
As imparidades de crédito, líquidas de recuperação, tiveram uma descida de 33,5% em termos homólogos, para 156,9 milhões de euros. Desde o início da pandemia foram decretadas moratórias de crédito para as famílias e empresas afetadas pela crise, o que terá influência neste indicador. As recuperações superaram assim a constituição de novas imparidades.
O BCP destaca uma “melhoria generalizada dos indicadores de qualidade de crédito”, com um aumento do crédito performing em Portugal de 1,9 mil milhões de euros, mais 5,4% em termos homólogos, acompanhado de uma redução do crédito malparado (non performing loans) de 0,8 mil milhões de euros, “em contexto adverso”. O rácio de NPE sobre o total do crédito caiu de 7% para 5,2% num ano. Já a cobertura dos NPE por imparidade fixou-se em 66,6%, acima dos 57,8% registados no semestre homólogo do ano anterior.
De acordo com o banco, o crédito reestruturado pesa 4,3% do total do crédito, melhor que em junho do ano passado quando era 5,5%. O custo do risco melhorou para 0,55%, face a 0,85% um ano antes.
O BCP realça os níveis de liquidez “elevados, muito acima dos requisitos regulamentares”. O banco tem ativos disponíveis para financiamento junto do BCE no valor de 25,9 milhões de euros. Também os rácios de capital estão acima dos requisitos regulamentares, com um rácio CET1 de 11,6% e um rácio de capital fully implemented de 14,9%.
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