O lucro liquido da EDP disparou 45%, em termos homólogos, para 146 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, impulsionado pela hidraulicidade superior ao do mesmo período de 2019 e que mais do que compensou o efeito ainda ligeiro em março da pandemia da Covid-19 anunciou esta quinta-feira a empresa.
Em comunicado divulgado no site do CMVM, a energética salientou que no primeiro trimestre de 2019 o lucro líquido “tinha sido fortemente penalizado por um volume de produção de energia hídrica anormalmente baixo, que em Portugal se traduzira num tombo de -48% face à média histórica”.
Salientou ainda que o primeiro trimestre de 2020 “teve um impacto reduzido do período de confinamento associado à pandemia Covid-19, que teve início nos principais mercados em meados de março”.
Os lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) cresceram 6% para 980 milhões de euros nos primeiros três meses do ano.
No segmento renováveis, a recuperação dos recursos hídricos na Península Ibérica contribuiu para o incremento de 87% na produção no trimeste (mesmo assim, 9% abaixo da média histórica em Portugal), representando um aumento de 65 milhões de euro no EBITDA.
A empresa adiantou que na actividade de redes, os resultados foram penalizados pela desvalorização do real brasileiro face ao euro em 13%, enquanto no segmento de clientes e gestão de energia, os resultados foram marcados pela boa performance da actividade de gestão de energia na Península Ibérica e pela política de cobertura de risco em mercados energéticos, que mitigou os impactos da deterioração das condições de mercado para as centrais de produção a carvão (-77% de produção em termos homólogos).
A EDP acrescentou que o resultado líquido foi penalizado pelo impacto negativo não-recorrente da recompra da obrigação híbrida executada no período, no valor de 45 milhões. Excluindo este efeito e a contribuição extraordinária sobre o sector energético em Portugal, de 61 milhões, o resultado líquido recorrente apresenta um crescimento de 51%, para 252 milhões, segundo a empresa.
Dívida líquida: valor, rácio e custo em queda
Explicou que o resultado inclui “o impacto positivo da gestão proactiva da dívida nos últimos trimestres, num contexto de taxas de juro baixas e trajectória descendente das mesmas no Brasil no último ano, que contribuiu para uma redução do custo médio de dívida para 3,4%, menos 60 pontos base em termos homólogos”.
A dívida líquida da empresa liderada por António Mexia desceu 8% para 12,7 mil milhões de euros a 31 de março, o valor mais baixo em 13 anos, enquanto o rácio de endividamento da dívida líquida ajustada face ao EBITDA melhorou de 3,6 vem no final de dezembro para 3,4 vezes no final de março.
A subsidiária do grupo para as energias ‘limpas’, a EDP Renováveis, anunciou esta quinta-feira de manhã que o lucro líquido subiu 2% para 62 milhões no primeiro trimestre, “beneficiando de um menor lucro tributável”, com o EBITDA a avançar 12% para 340 milhões de euros, com os resultados financeiros a caírem 16 milhões para 80 milhões “beneficiando de menor dívida, juntamente com um menor custo médio da dívida no período”.
[Atualizada às 17h11]
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