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Lucros da Altri disparam mais de 217% para 89,6 milhões até setembro

Receitas totais registaram um crescimento homólogo de 11,4%, para cerca de 669,7 milhões de euros, “suportadas pela evolução favorável dos preços das fibras celulósica”.
21 Novembro 2024, 17h41

O resultado líquido do Grupo Altri atingiu 89,6 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2024, valor que compara com 28,2 milhões registados no período homólogo, resultando num crescimento de 217,6%. O EBITDA situou-se nos 180,1 milhões de euros nos primeiros três trimestres de 2024, um aumento de 84,6% face ao mesmo período de 2023, correspondendo a uma margem EBITDA de 26,9%.

As receitas totais registaram, no período em análise, e segundo comunicado enviado à CMVM, um crescimento homólogo de 11,4%, para cerca de 669,7 milhões de euros, “suportadas pela evolução favorável dos preços das fibras celulósicas nos mercados internacionais”. A produção de fibras celulósicas foi de 815,3 mil toneladas, um acréscimo de 4,3% ao comparar com os primeiros nove meses de 2023. As vendas aumentaram 2,1%, totalizando 827,7 mil toneladas. Ao mesmo tempo, o grupo reduziu a dívida líquida em 75 milhões de euros face ao final de junho de 2024. O rácio dívida líquida/EBITDA LTM está agora em 1,1x.

A dívida líquida prosseguiu a tendência decrescente, recuando para 249,8 milhões de euros no final de setembro (que compara com os 356,7 milhões de euros registados no final de 2023), apesar da distribuição, durante o segundo trimestre, de um dividendo de 51,3 milhões de euros.

A redução da dívida em 106,9 milhões de euros no final do terceiro trimestre face ao final de 2023 “é explicada pelo menor investimento, mas principalmente pela melhoria do nível de EBITDA e à contínua gestão rigorosa do fundo de maneio”. O nível de endividamento atual, em que 36% da dívida é remunerada a taxa fixa (incluindo contratos de swaps de taxa de juro), equivale a um rácio de Dívida Líquida/EBITDA LTM de 1,1x.

“O Grupo Altri continua a desenvolver vários projetos de crescimento e diversificação alinhados com o seu plano estratégico, onde se destaca o projeto de migração total de produção da Biotek para pasta solúvel até ao final de 2026”, regista o comunicado.

José Soares de Pina, CEO do grupo, considera que “o mercado das fibras celulósicas manteve um bom nível de dinamismo durante o terceiro trimestre do corrente ano, não obstante o abrandamento verificado na China. Após um bom ano de 2023, a China mostrou um arrefecimento no mercado local de papel em 2024, com os preços da pasta a ajustarem nesta geografia. Os mercados europeu e americano mantiveram, neste período, um nível de procura mais sustentado, ainda que os preços tenham vindo a corrigir de forma progressiva”.

Os primeiros nove meses de 2024 apresentam uma evolução positiva na generalidade dos indicadores financeiros, com as receitas totais a progredirem 11,4% para 669,7 milhões de euros. “O foco contínuo na eficiência por parte da nossa organização resultou numa diminuição dos custos totais em 2,8% para 489,6 milhões de euros, com os custos das vendas a recuarem neste período 11,9%. Como resultado, apresentamos um EBITDA de 180,1 milhões de euros, uma progressão de 84,6% face ao período homólogo, com um aumento da margem EBITDA em 10,7 pp para 26,9%”.

De janeiro a setembro, o Grupo Altri registou uma produção de fibras celulósicas 4,3% acima do período homólogo. No entanto, face ao comportamento do mercado e ao início da paragem programada da Celbi, houve lugar a uma redução na produção de BHKP em 6,1% no terceiro trimestre face ao trimestre anterior. Na área de pasta solúvel (DP), e dada a sólida procura deste tipo de fibras, incrementámos em 17% a nossa produção nos primeiros nove meses. De forma a otimizar a gestão dos stocks de produtos acabados, o Grupo tem vindo a ajustar os níveis de produção às estimativas de vendas, tendo ainda em conta as paragens programadas nas nossas unidades.

“O Grupo atingiu este nível de resultados, compatibilizando a sua atividade com o nosso exigente Compromisso 2030. O empenho dos colaboradores e o eficiente trabalho em equipa levaram o Grupo Altri à liderança mundial do nosso setor de Paper & Pulp em termos de ESG em 2024, reconhecido pela Sustainalytics, uma das principais agências globais de rating ESG. Simultaneamente, continuamos a implementar a nossa estratégia de investimento em projetos de diversificação e crescimento nas várias unidades produtivas. Está em curso na Biotek o projeto de tornar esta unidade exclusivamente vocacionada para a produção de pasta solúvel, com aplicação direcionada para a indústria têxtil, até ao final de 2026. Este segmento tem apresentado taxas de crescimento bastante interessantes e com menor volatilidade de preço. Na Caima, continuamos a desenvolver o projeto de recuperação e valorização de ácido acético e furfural de base renovável, com a conclusão prevista para o final de 2025. O Projeto Gama, na Galiza, Espanha, continua em processo de tramitação da licença ambiental integrada, um critério importante para permitir a tomada de decisão final de investimento”.

A procura de fibras celulósicas, nomeadamente Hardwood, apresentou, nos primeiros nove meses deste ano, variações positivas nos mercados mais relevantes para o Grupo Altri. A Europa Ocidental apresentou um crescimento de 14,9%, Europa de Leste, 18,4%, e América do Norte, 10,1%. A Ásia apresentou uma desaceleração em relação aos primeiros meses do ano, nomeadamente na China, com uma variação negativa de 10,5%.

O nível de stocks nos portos europeus, indicador relevante para avaliar o equilíbrio da procura e oferta no mercado europeu, teve, no terceiro trimestre, uma inversão face ao que se vinha verificando desde o último trimestre do ano passado. Os níveis de inventários nos portos europeus subiram para valores em linha com as médias históricas, entre 1,4 milhões e 1,5 milhões de toneladas.

O Grupo Altri, através da Biotek, Caima e Celbi, produziu 815,3 mil toneladas durante os primeiros nove meses, um acréscimo de 4,3% ao comparar com o período homólogo. As vendas ascenderam a 827,7 mil toneladas, um aumento de 2,1%.

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