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Lucros da Corticeira Amorim caíram quase 20% no primeiro trimestre

O EBITDA consolidado da Corticeira Amorim no primeiro trimestre deste ano totalizou 32,1 milhões de euros, uma queda de 10,2% face ao primeiro trimestre de 2020.
6 Maio 2021, 17h36

As vendas da Corticeira Amorim no primeiro trimestre deste ano atingiram 199,6 milhões de euros, uma redução de 2,0% face ao período homólogo do ano anterior.

“A atividade das unidades de negócio (UN) continuou a ser condicionada pelas medidas restritivas implementadas por diferentes países para conter a propagação da pandemia Covid-19, com consequências profundas nas economias e padrões de consumo globais. A evolução cambial teve também um impacto desfavorável – excluindo este efeito, as vendas teriam sido em linha com as do ano anterior”, adianta um comunicado enviado esta quinta-feira à CNMVM – Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.

Esse comunicado acrescenta que “todas as UN registaram decréscimos de vendas, com exceção das UN Aglomerados Compósitos (+9,5%) e Isolamentos (+17,5%)”.

“De salientar que o comparativo com o período homólogo é condicionado pelo facto do primeiro trimestre de 2020 ter sido o único trimestre do ano com crescimento de vendas e que não foi afetado pelos efeitos da pandemia Covid-19”, assinalam os responsáveis da Corticeira Amorim.

Segundo esta nota, “as vendas da UN Rolhas, que representaram cerca de 70% das vendas consolidadas da Corticeira Amorim, cifraram-se em 140,5 milhões de euros (-3,0% face ao período homólogo), refletindo uma redução dos volumes e uma alteração do ‘mix’ de produto, em consequência da redução e mudanças nos padrões de consumo de vinho”.

“A evolução cambial teve ainda um impacto desfavorável, tendo as vendas sido particularmente penalizadas pela desvalorização do dólar– excluindo este efeito, a variação das vendas teria sido de -1,5% nesta UN. Os principais mercados vinícolas apresentaram decréscimos de vendas, ainda que alguns deles tenham evidenciado uma evolução positiva em termos de volumes, nomeadamente em França. Apesar do forte crescimento do segmento de rolhas para bebidas espirituosas, as vendas dos segmentos de rolhas para vinhos espumosos e espirituosos caíram 6% no período. Num contexto global desfavorável, é de destacar o crescimento robusto das vendas de rolhas NDtech e Neutrocork”, destaca a administração da Corticeira Amorim.

Por seu turno, “as vendas da UN Revestimentos ascenderam a 30,6 milhões de euros (-3,1% face ao período homólogo), penalizadas pelo encerramento temporário de alguns clientes (nomeadamente na Alemanha)”.

“Apesar das vendas de produtos fabricados terem sofrido uma contração superior à dos produtos de ‘trading’, a linha de produtos Amorim WISE e os produtos lançados recentemente (incluindo um produto ‘low-cost’ resistente à água) continuaram a apresentar uma evolução positiva. Em termos geográficos, de registar a evolução positiva nos países escandinavos e nos EUA, tendo sido a Alemanha, Rússia e Benelux os mercados mais penalizados”, alertam os responsáveis da Corticeira Amorim.

A equipa liderada por António Rios de Amorim adianta que “a UN Aglomerados Compósitos registou um crescimento de vendas de 9,5% para 27,2 milhões de euros, com uma evolução positiva na generalidade dos mercados, impulsionada sobretudo pela recuperação em segmentos fortemente penalizados em 2020 e a normalização do funcionamento da atividade após as perturbações decorrentes da implementação do SAP”.

“As ‘joint-ventures’ recentemente criadas (Amorim Sports e Corkeen) e os novos produtos e aplicações, continuaram a mostrar um grande dinamismo, tendo contribuído com vendas de mais de três milhões de euros. Também nesta UN as vendas foram fortemente penalizadas pela desvalorização do dólar – excluindo este efeito, as vendas teriam subido 13,2%”, explicam os responsáveis da Corticeira Amorim, acrescentando que “as vendas da UN Isolamentos cresceram 17,5% para 3,5 milhões de euros, beneficiando da recuperação da actividade nos seus mercados mais relevantes, nomeadamente França, Portugal e Itália” e sublinhando que “a desvalorização do dólar teve um impacto desfavorável das vendas desta UN – excluindo este efeito, as vendas teriam crescido de 18,6%”.

O EBITDA consolidado da Corticeira Amorim no primeiro trimestre deste ano totalizou 32,1 milhões de euros, uma queda de 10,2% face ao primeiro trimestre de 2020.

“Apesar do efeito favorável dos preços da cortiça consumida, esta evolução foi penalizada por um efeito cambial desfavorável, menores rendimentos da cortiça, redução dos níveis de atividade e ‘mix’ de produto menos favorável. De salientar ainda, o aumento de preço de algumas matérias-primas não cortiça e a subida significativa dos custos de transporte. Adicionalmente, há a considerar que o primeiro trimestre de 2020 foi o que apresentou a maior rentabilidade e o único com crescimento das vendas, o que condiciona significativamente o comparativo com o período homólogo deste ano. O rácio EBITDA/Vendas atingiu 16,1% (1T20: 17,6%)”, adianta o comunicado em questão.

Após resultados atribuíveis aos interesses que não controlam, a Corticeira Amorim encerrou o período com um resultado líquido de 16 milhões de euros, uma redução de 19,7% face primeiro trimestre de 2020.

No final de março, a dívida remunerada líquida baixou 35 milhões de euros para 75,6 milhões de euros (12M20: 110,7 milhões de euros), beneficiando de uma evolução favorável das necessidades de fundo de maneio (8,4 milhões de euros) e níveis de investimento em ativo fixo mais baixos (6,4 milhões de euros).

“A robustez do balanço da Corticeira Amorim, associado ao apoio das instituições financeiras, garantem uma adequada e equilibrada estrutura de capitais”, assumem os responsáveis da empresa.

A assembleia geral de acionistas da Corticeira Amorim, realizada no dia 23 de abril de 2021, aprovou a distribuição de um dividendo bruto de 0,185 euros por ação, pago no dia 17 de maio.

 

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