Os lucros da EDP em 2018 afundaram 53% para 519 milhões de euros, com os impostos e os cortes regulatórios em Portugal a pesarem mais de 670 milhões nas contas da elétrica portuguesa. “As medidas regulatórias em Portugal penalizam fortemente o lucro da EDP”, destaca a companhia em comunicado divulgado esta segunda-feira, 11 de março.
“Em 2018 os custos totais suportados pela EDP com fiscalidade e decisões regulatórias adversas ascendeu a 672 milhões de euros, traduzindo-se num acréscimo em termos homólogo superior a 400 milhões de euros antes de impostos”, segundo a elétrica.
A quebra no resultado teve lugar principalmente “pelo impacto adverso de medidas regulatórias em Portugal, nomeadamente relacionadas com a provisão de 285 milhões de euros por força de alegadas sobrecompensações dos CMEC”, pode-se ler no documento.
A companhia presidida por António Mexia destaca que a operação em Portugal registou um prejuízo de 18 milhões de euros, valor que contrasta com o lucro de 169 milhões de euros em 2017. Esta foi a primeira vez que a operação em Portugal registou um prejuízo desde o arranque da privatização da companhia em 1997.
Já os lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA recorrente) recuaram 3% para 3.287 milhões de euros. Dentro do grupo, a EDP Renováveis e a EDP Brasil registaram os melhores resultados de sempre,
“Apesar da normalização da hidraulicidade no ano de 2018, as alterações regulatórias impostas à EDP foram determinantes para o prejuízo registado em 2018. Incluindo renováveis, a contribuição de Portugal para o resultado líquido baixou de 20% (217 milhões de euros em 2017) para apenas 4% (23 milhões em 2018)”, de acordo com a EDP.
Analisando as várias operações do grupo EDP, tanto a EDP Brasil como a EDP Renováveis registaram os melhores resultados de sempre. No Brasil, os lucros subiram 108% para 1,27 mil milhões de reais (cerca de 294 milhões de euros). Nas Renováveis, os lucros aumentaram 14% para 313 milhões de euros.
O investimento da companhia aumentou 18% em 2018 para mais de dois mil milhões de euros, “essencialmente focado nas renováveis”. “O investimento concentrou-se principalmente em renováveis, com foco nos Estados Unidos, bem como no negócio de transmissão no Brasil”.
Por outro lado, a companhia realizou alguns desinvestimentos em 2017, como a venda de centrais de biomassa e de mini-hídricas em Portugal. A EDP também destaca a “primeira venda de uma participação maioritária num portefólio de parques eólicos, na América do Norte, que permitiu à EDP reciclar capital, cristalizando valor para reinvestir os ganhos em crescimento adicional”.
Já a dívida líquida sofreu uma redução de 3% para 13,5 mil milhões de euros no final de 2018 (menos 400 milhões face ao final de 2017).
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