Os lucros da EDP Renováveis subiram 4% para 68 milhões de euros no primeiro trimestre face a período homólogo.
O resultado foi “impactado por uma menor contribuição do top line e pelo aumento de impostos, devido ao tratamento fiscal dos ganhos com rotação de ativos, e compensado por uma redução dos custos financeiros líquidos e dos interesses não controláveis (-11% em termos homólogos)”.
Assim, as receitas recuaram 11% para 632 milhões de euros, impactadas pelo menor preço médio de venda (-3%) e menor produção de energia (-3%).
A companhia revela que o preço médio de venda desceu 3% para de 61 euros/MWh, “refletindo os preços mais baixos do mercado da eletricidade na Europa. A comparação face ao ano anterior foi também impulsionada pela revisão regulatória em baixa dos preços da eletricidade de 2023 para os ativos
regulados em Espanha, anunciada em junho de 2023″.
Já a produção também recuou 3% para 9,9 TWh, impactada pela rotação de ativos eólicos nos últimos 12 meses, com a venda de 256 MW em Espanha, 142 MW na Polónia e 260 MW no Brasil, país onde a produção afundou 54% com a desconsolidação e pela manutenção prevista em vários projetos, “o que exigiu a suspensão periódica de operações, e por recursos renováveis ligeiramente inferiores em comparação com o ano anterior”.
Já o investimento bruto afundou 23% para 759 milhões de euros, “com mais de 80% do seu investimento operacional na Europa e
América do Norte, refletindo o foco da EDPR nos seus mercados core de reduzido risco”.
Tendo em conta as transações de rotação de ativos, um encaixe de 300 milhões, o investimento líquido de expansão atingiu os 900 milhões (-8%).
Por sua vez, a dívida líquida disparou 900 milhões para 6,7 mil milhões, “refletindo os investimentos efetuados no período”.
Os resultados financeiros recuaram 14% para 108 milhões, “impactados pela estratégia de rebalanceamento do mix cambial da dívida, com aumento do euro (€) e redução do dólar (USD), e pelo aumento das despesas financeiras capitalizadas, devido aos atrasos na execução de projetos juntamente com a manutenção do custo da dívida em 4,66%, devido ao menor custo da dívida dos novos refinanciamentos”, segundo o comunicado.
Goldman Sachs prevê corte de 30% no investimento pela EDP Renováveis
O Goldman Sachs revelou recentemente que espera que a EDP Renováveis reduza o seu investimento em 30% nos próximos anos, pressionada pela queda nos preços da energia e do aumento dos custos do financiamento.
“Dada a redução contínua nos preços da energia (…) esperamos que a EDPR providencie uma atualização estratégica (tendo em conta as metas de 2026). Para refletir custos mais elevados de financiamento e preços mais baixos de energia, esperamos que isto leve a uma redução de cerca de 30% no capex bruto de renováveis”, pode-se ler na nota divulgada em abril.
Os analistas apontam que apesar de poder ser visto como negativo (com o consenso das estimativas da Bloomberg a poder descer), o GS acredita que poderá vir a ser ligeiramente positivo por duas razões.
“Primeiro, as nossas conversas com investidores sugerem que o buyside já antecipa um corte no capex. Em segundo, o preço atual da ação implica que não existe valor para futuras adições de potência”, com o GS a apontar que as ações negoceiam abaixo da sua valorização para os ativos existentes (13 euros).
“No nosso ponto de vista, reduzir os investimentos iria reduzir o risco de execução e pode potencialmente sugerir uma mudança na alocação de capital para favorecer o valor sobre o volume”.
Segundo o plano de negócios da EDP 2023-2026, a companhia portuguesa espera investir 25 mil milhões de ueros durante este período: 21 mil milhões (85%) em energias renováveis e quatro mil milhões (15%) em redes de eletricidade, um investimento médio anual na casa dos 6,2 mil milhões de euros.
A companhia espera acrescentar 4,5 gigawatts de renováveis por ano, num total de 18 gigawatts até 2026 para atingir 33 gigawatts de renováveis até 2026, e para atingir 50 gigawatts até 2030.
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