O Abanca obteve, no primeiro trimestre de 2023, um lucro de 105,2 milhões de euros, valor que representa um aumento de 29,6% face ao mesmo período do ano passado. Atingiu um ROTE (rentabilidade dos capitais próprios tangíveis) de 10,4%, “assente no dinamismo da atividade de retalho e na elevada solidez do crédito”.
O crescimento do lucro obtido pelo Abanca, no primeiro trimestre do exercício, de 29,6%, para os 105,2 milhões de euros, “reflete o bom desempenho do negócio e o controlo do custo do crédito e gastos de exploração”, segundo o banco que não avança com números para a sucursal em Portugal.
“Baseado no bom desempenho das linhas de retalho e do controlo do custo do risco, devido à boa qualidade do seu ativo, o Abanca alcançou uma rentabilidade ROTE de 10,4%”, lê-se no comunicado. Para este resultado contribuiu a melhoria das receitas e a elevada solidez do crédito, revela o banco. Também teve um efeito significativo a contenção de custos, que cresceram abaixo da inflação e contribuíram para melhorar em 5,8 pontos a eficiência, para o nível dos 57,0%.
O banco destaca “a sua capacidade de geração de resultados recorrentes e de qualidade baseados no negócio de retalho”.
A margem financeira situa-se nos 252,3 milhões de euros, o que representa um crescimento de 47,4%. As receitas por prestação de serviços também demonstram um bom desempenho e sobem 9,8%, apoiando assim o crescimento da margem básica (36,5%) para os 328,7 milhões.
Esta melhoria foi impulsionada pelos seguros e meios de pagamento. Os serviços bancários melhoraram o seu contributo em 17,5%.
A margem bruta melhorou 13,8%, “apesar do aumento dos encargos regulatórios e impostos”. Os custos de exploração cresceram abaixo da inflação. “Esta contenção foi conseguida graças aos projetos de racionalização levados a cabo nos últimos exercícios e à obtenção das sinergias pendentes dos negócios recentemente integrados”, avança o banco.
Com isso, a margem de exploração recorrente (margem básica menos gastos de exploração) duplicou face ao mesmo período do exercício de 2022 e o rácio de eficiência melhorou 5,8 pontos percentuais para os 57,0%.
Por seu lado, a margem antes de provisões cresceu 31,5%. O Abanca mantém uma política de gestão de risco de crédito prudente que lhe permite manter elevados níveis de cobertura (81,6% para os ativos de cobrança duvidosa, que desceram 2,6% face ao primeiro trimestre de 2022). Com tudo isso, o custo do risco situou-se nos 0,31%.
A margem de exploração recorrente do trimestre equivale a mais do dobro do obtido no mesmo período de 2022 e o número de novos clientes, mais de 29 mil, registou um crescimento de 32,0%. Ao todo, 60% destes novos clientes estão fora da Galiza, “o que reforça a dimensão ibérica do banco”. O banco aumentou os novos créditos a particulares e empresas em 1,8% face ao período homólogo.
Os empréstimos e adiantamentos a clientes ascenderam a 44.333 milhões de euros. O crédito a clientes em condições normais ascendeu a 44.152 milhões de euros (47.576 milhões de euros com o Targobank, mais 4,1% face ao período homólogo). Por tipo de cliente, a carteira continua a estar centrada em clientes particulares e nas empresas, que representam mais de 80% do total.
O Abanca gere 62.090 milhões de euros de recursos de clientes, tendo um perfil claramente retalhista (64.503 milhões de euros com o Targobank, mais 4,2% do que no período homólogo).
Os depósitos de clientes ascenderam a 49.076 milhões de euros (51.277 milhões de euros no Targobank, mais 3,7% do que no período homólogo). O perfil da carteira de depósitos é claramente de retalho, como demonstra o facto de 73% dos saldos elegíveis estarem garantidos pelo Fundo de Garantia de Depósitos, por se situarem abaixo do limiar de 100 mil euros.
O banco diz que apesar da volatilidade dos mercados, a atividade de seguros e de aconselhamento financeiro continuou a crescer. Os recursos fora do balanço ascenderam a 13.014 milhões de euros (13.227 milhões de euros com o Targobank, mais 6,0% do que no período homólogo). O serviço de gestão discricionária de carteiras registou um volume gerido de mais de 1.200 milhões de euros e cerca de 13.000 clientes.
No que toca aos prémios de seguros gerais e de vida cresceram 10,5% e ficaram muito acima dos 400 milhões de euros. Os principais ramos registaram um crescimento de dois dígitos: 13% em empresas, 13% em pagamentos protegidos, 12% em automóvel e 12% em risco vida.
Tendo em conta a contribuição da atividade do Targobank, o Abanca gere um volume de negócios superior a 112.000 milhões de euros (106.423 milhões de euros excluindo esta operação), revela a instituição espanhola.
“O Abanca continua a posicionar-se, de forma estável, como uma das melhores instituições do sistema financeiro espanhol em termos de qualidade e cobertura de ativos”, revela o banco liderado por Francisco Botas.
A cobertura de malparado situou-se em 81,6% e a de adjudicados em 63,8%, enquanto o rácio Texas se situou em 24,8%.
O montante de saldos de cobrança duvidosa diminuiu 2,6% em termos homólogos, o que permite ao ABANCA ter uma taxa de crédito malparado (2,2%) muito abaixo da média do sistema.
“As operações com garantia do Estado, formalizadas num montante total de 3.428 milhões de euros para apoiar o tecido empresarial, mantiveram uma trajetória semelhante à do restante crédito do Abanca e registaram um nível de incumprimento semelhante: apenas 3,1% do crédito em incumprimento”, diz o banco.
Solvabilidade e de liquidez
O Abanca revela que “continua a apresentar um dos perfis financeiros mais sólidos do setor bancário espanhol, graças à máxima qualidade dos seus ativos (morosidade de 2,2% e taxa de créditos sobre o balanço de 0,3%), aos seus elevados níveis de cobertura (81,6% para ativos de cobrança duvidosa e rácio Texas de 24,8%), aos seus robustos níveis de capitalização (capital total de 16,2% e excesso de 1.359 milhões de euros sobre requisitos) e à sua confortável posição de liquidez (rácio LTD de retalho de 90,3% e 15.321 milhões de euros em ativos líquidos)”.
O rácio de capital total do Abanca foi de 16,2% (12,3% do capital de qualidade máxima CET1). O banco diz que “graças a uma estrutura de capital diversificada, a entidade dispõe de amplos amortecedores face aos requisitos estabelecidos: 371 p.b. (1.209 milhões de euros) de capital total e 417 p.b. (1.359 milhões de euros) de CET1”.
Com um rácio de 19,3%, o que representa um aumento de 122 pontos base em termos homólogos, o banco cumpre confortavelmente os requisitos de MREL fixados para 2022.
“O Abanca tem uma sólida posição de liquidez baseada nos depósitos do retalho. Os depósitos do retalho representam 78% da estrutura total de financiamento da entidade. O rácio de crédito sobre depósitos do retalho (LTD) é de 90,3%”, lê-se no comunicado.
No que toca ao financiamento, o Abanca dispõe de uma posição de 15.321 milhões de euros em ativos líquidos, o equivalente a 3,9 vezes o prazo total previsto para as suas emissões. Dispõe igualmente de uma capacidade de emissão de obrigações hipotecárias de 5.972 milhões de euros.
O rácio de financiamento estável líquido (NSFR) e o rácio de cobertura de liquidez (LCR) são de 123% e 204%, respetivamente.
Esta reserva permitiu à entidade amortizar antecipadamente 3.000 milhões de euros do mecanismo europeu de liquidez TLTRO (Targeted Long-Term Refinancing Operations) no trimestre, ficando assim o saldo atual em 5.049 milhões de euros.
No que toca a ESG (environmental, social, and corporate governance), compromisso que o banco desenvolve através do seu Plano de Banca Responsável e Sustentável 2021-2024, a instituição diz que “alcançou novos marcos na redução de consumos e emissões, colocou em marcha novas iniciativas de voluntariado ambiental e o seu programa de educação financeira e aplicou diferentes medidas de reforço do seu modelo de governance”.
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