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Lucros do Bankinter afundam 50% para 220 milhões

Bankinter justifica recuo nos lucros com a realização de provisões devido à pandemia. Já o Bankinter Portugal viu os resultados antes de impostos recuarem 36% para 33 milhões de euros.
22 Outubro 2020, 09h04

O lucro do banco Bankinter recuou 50% para 220 milhões no terceiro trimestre face a período homólogo, com o banco a justificar esta queda com a pandemia da Covid-19 e a realização de provisões.

“O Bankinter aumentou a realização de provisões de forma a prevenir o impacto económico da pandemia, em linha com a estratégia de prudência seguida em todo este período, reforçando a cobertura total de forma muito significativa”, segundo comunicado do banco espanhol divulgado esta quinta-feira.

O resultado antes de impostos da atividade bancária atinge 153 milhões, menos 68% face a 30 de setembro de 2019, “devido à ausência das receitas extraordinárias de 2019 e, sobretudo, à realização de provisões para suportar o impacto da crise que, neste trimestre, aumentaram 51 milhões de euros devido ao agravamento do contexto macro e às novas previsões divulgadas pelo Banco de Espanha, somando nestes nove meses um total de 243,5 milhões de euros”.

Excluindo as provisões, e as receitas extraordinárias de 2019, o resultado da atividade bancária recorrente atingiu 396 milhões, menos 7,6% face ao resultado atingido em setembro de 2019.

Em relação ao Bankinter Portugal, o banco viu os resultados antes de impostos recuarem 36% para 33 milhões de euros. A instituição diz que “realizou provisões no valor de 8 milhões de euros de forma a prevenir o impacto da deterioração macroeconómica o que, juntamente com o facto de a instituição ter deixado de libertar provisões, como ocorria em exercícios anteriores”.

O banco aponta que o “negócio recorrente manteve-se a bom ritmo, resultando num crescimento em todas as rubricas da conta de resultados: mais 10% na margem de juros, mais 11% na margem bruta e uma margem antes de provisões que cresce 60%, suportada também na contenção de custos, que diminuem 8%”.

Analisando os principais rácios, o Bankinter aponta para o “reforço da solvência” com o rácio de capital CET1 fully loaded a situar-se em 12%, “muito acima do mínimo exigido pelo BCE e inteiramente adequado ao tipo de negócio que a instituição desenvolve e ao seu rácio de morosidade”.

O banco espanhol argumenta que se “encontra numa situação muito melhor do que a dos seus concorrentes, com um rácio de morosidade que, apesar do contexto, melhorou 22 p.b. relativamente há um ano, situando-se em 2,51%. De igual modo, o banco aumentou a cobertura total em quase 11 pontos percentuais, alcançando 61,7%”.

Já a rentabilidade “foi afetada pelo aumento das provisões, situando-se a rentabilidade dos capitais próprios, ROE, em 7,1%. Excluindo o impacto das provisões extraordinárias, o ROE da instituição seria de 10,86% no final do terceiro trimestre, acima dos custos de capital”.

O banco diz que pela “primeira vez” alcança uma “maior proporção de depósitos do que de créditos, com um rácio de 101,3%”.

Em relação ao Bankinter Consumer Finance, que também opera em Portugal, o banco diz que este negócio foi “afetado por uma redução generalizada do consumo das famílias, consequência dos meses de confinamento e pela desconfiança face à conjuntura económica, o que levou a uma redução de 21% na nova produção de crédito em comparação com o mesmo período de 2019. Ainda assim, a carteira de crédito cresce 4% face ao período homólogo, alcançando 2.900 milhões de euros, com um rácio de morosidade de 8,2%”.

O banco liderado por María Dolores Dancausa afirma que “todas as rubricas da conta de resultados apresentam crescimentos significativos, o que mostra que a atividade do banco se manteve a bom nível neste período tão complicado”.

A margem de juros ascendeu a 927 milhões de euros no terceiro trimestre, mais 8% face a período homólogo, “maioritariamente devido aos maiores volumes de crédito”.

Por sua vez, a margem bruta alcança 1.296,3 milhões de euros, mais 4,6% face a período homólogo. “Destas receitas, 71% provêm da margem de juros e 28% provêm de comissões, 359 milhões de euros, quase um terço dos quais são originados pelo negócio de gestão de ativos, sendo também importante o protagonismo que o negócio de transação de valores está a adquirir e do qual derivam comissões no montante de 69 milhões de euros, 26% superiores às do mesmo período de 2019”.

Já a margem de exploração antes de provisões atingiu os 694,6 milhões de euros, mais 6,8%, “sendo que os custos operacionais neste trimestre são significativamente inferiores, em 3%, aos do terceiro trimestre de 2019. Quanto ao rácio de eficiência da atividade bancária com amortizações, melhora 100 pontos base face ao de há um ano, atingindo 48,1%”.

 

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