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Lucros do BCP no semestre caem 55% para 76 milhões de euros

O Millennium bcp registou um resultado líquido de de 76 milhões de euros no primeiro semestre de 2020, abaixo dos 169,8 milhões registados em igual período do ano passado.
  • Cristina Bernardo
28 Julho 2020, 17h05

O Millennium bcp registou um resultado líquido de 76 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano, o que se traduz numa variação negativa homóloga de 55,3%. No primeiro semestre de 2019, o BCP teve lucros de 169,8 milhões de euros.

No primeiro trimestre deste ano, a instituição financeiras registou lucros de 35,3 milhões de euros, pelo que o resultado líquido no período entre abril e junho ascendeu a cerca de 40 milhões de euros, menos 73,9 milhões de euros, devido ao contexto adverso da Covid-19.

Os proveitos core, que integram a margem financeira e as comissões, subiram 2% em termos homólogos para 1.104,3 milhões de euros, impulsionados pelo crescimento de 2,6% da margem financeira, que ascendeu 759,1 milhões de euros.

A margem financeira foi pressionada pela redução de 5,1% da taxa da margem financeira que caiu, no consolidado, de 2,15% para 2,02%. Em Portugal, a taxa de margem financeira caiu 5,1%, de 1,71% para 1,53%, tendo as receitas ascendido a 379,2 milhões de euros.

Os resultados em operações financeiras cifraram-se em 39,6 milhões de euros nos primeiros seis meses de 2020, situando-se abaixo dos 95,5 milhões de euros alcançados em igual período do ano anterior, devendo-se esta evolução maioritariamente ao desempenho da atividade em Portugal.

Os resultados em operações financeiras, na atividade em Portugal, atingiram um valor marginalmente positivo, situando-se em 3,1 milhões de euros no primeiro semestre de 2020, aquém dos 53,5 milhões de euros reconhecidos em igual período do ano anterior, devido sobretudo aos menores ganhos com títulos de dívida pública portuguesa, que caíram 39,9 milhões de euros face ao montante reconhecido nos primeiros seis meses de 2019. Os resultados em operações financeiras foram também largamente penalizados pelo impacto negativo proveniente da reavaliação dos fundos de reestruturação empresarial, efetuada em junho de 2020, no montante de 67,5 milhões de euros, que acabou por absorver os ganhos com operações cambiais que haviam sido reconhecidos no primeiro trimestre de 2020, na sequência da desvalorização do zlóti.

As comissões registaram um avanço de 0,9% em termos homólogos, para 345,2 milhões de euros, no consolidado. Na atividade em Portugal, caíram 1,3% para 232,9 milhões de euros.

Os custos operacionais subiram 4%, no consolidado, para 540,7 milhões de euros, impulsionados pelo aumento dos custos nas operações internacionais, ainda que tenha sido compensado pela redução de 2% dos custos operacionais na atividade doméstica, que somaram 305,2 milhões de euros.

O rácio de eficiência cost-to-income fixou-se nos 50% (52% se não forem tidos em conta os custos não recorrentes).

O custo do risco aumentou nove pontos base face ao primeiro semestre de 2019, para 85 pontos base. As imparidades somaram os 351,4 milhões de euros, o que se traduz num aumento homólogo de 44,5%, impulsionadas pelo crescimento das imparidades para crédito, que somaram 237 milhões de euros, e outras imparidades de 114 milhões de euros.

O BCP no primeiro trimestre já tinha feito provisões genéricas de 78,8 milhões de euros para fazer face ao impacto da Covid-19. Miguel Maya, disse, na conferência de imprensa de apresentação dos resultados, que o BCP tinha registado, até ao momento, alocado provisões 108,8 milhões de euros segundo os modelos que o banco tem projetado.

A carteira de crédito performante cresceu 2,4 mil milhões de euros face aos primeiros seis meses do ano passado, para 52,1 mil milhões de euros. O crédito bruto concedido subiu, em termos homólogos, 2,4% para 56 mil milhões de euros.

Os recursos dos clientes subiram 5% para 83,2 mil milhões de euros.

Na qualidade do crédito, no consolidado, o BCP reduziu em doze meses os NPE (exposição a ativos não performantes) em 1,1 mil milhões de euros, para 3,9 mil milhões de euros. Já em Portugal, a redução dos NPE year on year foi de 1,2 mil milhões para 2,9 mil milhões de euros.

O rácio de cobertura total de NPE fixou-se nos 108% e o rácio de cobertura por imparidades atingiu os 58% em junho de 2020.

O rácio de capital total foi de 15,5% e o CET1 fixou-se nos 12,1%.

No que diz respeito ao cumprimento com o plano estratégico até 2021, apresentado ao mercado, Miguel Maya salientou que o banco está no bom caminho, mas alertou que para chegar à meta dos 40% no rácio de eficiência “vai demorar mais uns trimestres, não sabemos quantos”.

Miguel Maya disse ainda que não vai fazer proposta de distribuição de dividendos relativos ao exercício de 2019 e disse tratar-se de “um assunto fechado”, depois de o Banco Central Europeu ter, esta terça-feira, recomendado aos bancos que não distribuam dividendos até janeiro de 2021

(atualizada às 17h47 com mais informação)

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