Os lucros do BPI subiram 14% para 444 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, à boleia do crescimento da margem financeira. No mesmo período do ano passado, o banco liderado por João Pedro Oliveira e Costa tinha obtido um resultado líquido de 390 milhões de euros. Perante este resultado, a rentabilidade dos capitais próprios tangíveis (ROTE) recorrente subiu para 18,4%
Neste período, o produto bancário atingiu mil milhões de euros, o que representa um crescimento de 11% em termos homólogos, com a margem financeira a subir 7% para 737 milhões de euros. “A margem financeira demonstra grande estabilidade e, apesar dos ajustamentos das taxas de juro do mercado, mantemos níveis equivalentes ao que tínhamos no início do ano”, afirmou João Pedro Oliveira e Costa, CEO do BPI, na conferência de imprensa para a apresentação dos resultados.
O volume de comissões aumentou 12% em termos homólogos, “o que é explicado, em parte, por um ganho one-off registado em junho 2024, que resultou da liquidação antecipada da participação em resultados de apólices de seguros comercializadas em anos anteriores. Excluindo este impacto extraordinário, o aumento das comissões situou-se em 4%, refletindo o crescimento da atividade comercial”, indica o banco.
Os custos de estrutura recorrentes mantiveram-se estáveis face ao período homólogo. Os custos com pessoal aumentaram 1% e os gastos gerais administrativos 2%.
A carteira total de crédito a clientes (bruto) aumentou 2% face ao mesmo período do ano passado, para 30,3 mil milhões de euros, com a carteira de crédito à habitação a crescer ao mesmo ritmo, para 14,9 mil milhões de euros. “A contratação de crédito à habitação regista dois trimestres consecutivos de crescimento, crescendo em cadeia 8,1% no último trimestre”, refere o banco, detalhando que a contratação acumulada desde início do ano atingiu 1,95 mil milhões de euros, o que corresponde a um aumento homólogo de 6,5%. A carteira de crédito a empresas cresceu 3% para 11,5 mil milhões de euros.
O rácio de Non-performing exposures (NPE, critérios EBA) do BPI mantém-se em mínimos históricos, de 1,4%, e a cobertura por imparidades e colaterais ascende a 152%. O rácio de Non-performing loans (NPL, critérios da EBA) situa-se nos 1.8% e estavam cobertos a 153% por imparidades e colaterais.
As imparidades de crédito líquidas de recuperações situaram-se em 26 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2024. O custo do risco de crédito situou-se em 0.10% nos últimos 12 meses.
Em termos dos recursos totais de clientes, o banco registou um aumento de 5%, totalizando 38,7 mil milhões de euros no final de setembro de 2024. Os depósitos aumentaram 4% para 29,5 mil milhões de euros. Já os recursos fora do balanço (fundos de investimento, seguros de capitalização e outros) registaram uma subida de 7%, para 9,2 mil milhões de euros.
Relativamente aos rácios de capital, o banco indica que o CET1 situou-se nos 13,9%, Tier 1 nos 15,3% e capital total nos 17,5%.
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