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Lucros do Commerzbank afundam 76%. Dívida da Wirecard pesou mais que a Covid-19

Uma das especificidades dos resultados do banco alemão, é que registou mais perdas com o write-off do crédito da Wirecard do que com as provisões para a Covid-19. O write-off (imparidades a 100%) da dívida da fintech de tecnologia que colapsou somou 175 milhões de euros, acima das provisões constituídas para os efeitos da pandemia que, no segundo trimestre, foram de 131 milhões.
5 Agosto 2020, 12h04

O Commerzbank – o segundo maior banco comercial privado alemão e no qual o governo alemão mantém uma participação um pouco acima de 15% e é o maior acionista (o fundo Cerberus é o segundo maior acionista com mais de 5%) – registou perdas de 96 milhões de euros no primeiro semestre de 2020, o que compara com o resultado atribuível líquido de 401 milhões no mesmo período do ano anterior. Isto traduz uma queda anual de 76%.

O banco alemão espera fechar o ano de 2020 com prejuízos.

Na análise ao segundo trimestre, o lucro operacional do Commerzbank caiu 34%, para 205 milhões nos três meses até junho, em comparação com o ano anterior, enquanto seu lucro líquido caiu 21%, para 220 milhões. Ambos os números foram melhores do que o esperado pelos analistas, mas o banco alertou os investidores de que o banco deverá ter prejuízos no ano, uma vez que as imparidades para crédito e os custos de reestruturação provavelmente aumentarão.

Uma das especificidades dos resultados do banco alemão, é que registou mais perdas com o write-off do crédito da Wirecard do que com as provisões para a Covid-19. O write-off (imparidades a 100%) da dívida da fintech de tecnologia que colapsou somou 175 milhões de euros, acima das provisões constituídas para os efeitos da pandemia que, no segundo trimestre, foram de 131 milhões.

O Commerzbank fazia parte de um consórcio de 15 bancos que financiou a fintech com uma linha de crédito revolving de 1,75 mil milhões de euros. O banco, que foi um dos quatro principais lead arrangers do empréstimo, contribuiu com 200 milhões para a linha de crédito. A Wirecard entrou em falência depois de se ter descoberto que as contas estavam falsificadas e que havia 1,9 mil milhões de euros “desaparecidos”.

No fim do segundo trimestre, o rácio de capital de melhor qualidade (CET1) era de 13,4%, o que compara com 13,2% em março e 12,9% em junho de 2019.

Na rubrica de resultados, destaque para o produto bancário que, entre janeiro e junho, atingiu 4.125 milhões, o que reflete uma queda de 3,7%. Isto apesar do aumento de 3,7% na receita líquida de juros, para 2.597 milhões e de 10,7% da receita líquida de comissões, até 1.668 milhões.

As ações do Commerzbank estão a subir em bolsa 4,14%.

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