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Lufthansa quer concluir acordos coletivos em junho para despedir 22 mil trabalhadores

De acordo com o Wall Street Journal, a Lufthansa fez saber que os cortes programados vão afetar todos os segmentos da atividade, bem como quase todas as empresas do grupo irão perder trabalhadores.
16 Junho 2020, 09h27

A companhia aérea alemã Lufthansa pretende concluir “acordos coletivos de crise” com os sindicatos da empresa até 22 de junho, para negociar o despedimento de 22 mil trabalhadores. A transportadora aérea tem por objetivo cortar nos custos, onde se inserem os gastos com pessoal, por causa do impacto económico da pandemia da Covid-19 na operação da empresa.

De acordo com o Wall Street Journal, a Lufthansa fez saber que os cortes programados vão afetar todos os segmentos da atividade, bem como quase todas as empresas do grupo irão perder trabalhadores.

“Apenas as operações de voo das companhias aéreas da Lufthansa serão afetadas pela crise em cerca de 5.000 empregos, 600 dos quais serão pilotos, 2.600 assistentes de bordo e 1.500 funcionários das operações em terra”, revelou a empresa. Mas, por exemplo, a  Lufthansa Technik, a holding do grupo com serviços de manutenção, pode ver o numero de trabalhadores ser reduzido em 4.500 trabalhadores. Já o LSG Group, uma empresa da Lufthansa para o negócio do catering, poderá perder 8.300 empregos.

A empresa considera estar com “sobrecapacidade de pessoal” e por isso quer reduzir a sua população laboral, admitindo compensar essa redução com “acordos coletivos de trabalho de curta duração para reduzir o horário semanal de trabalho”. Mas outras medidas também estão a ser estudadas.

Citado pelo Wall Street Journal, o administrador da companhia Michael Niggeman disse que a Lufthansa procura garantir a longo prazo mais de 100 mil empregos.

No dia 10 de junho, a Lufthansa já tinha admitido, numa reunião com os principais sindicatos, que 22 mil empregos a tempo inteiro estariam em perigo, devido aos efeitos da pandemia.

Nessa altura, o administrador Michael Niggeman, defendeu que “Sem uma redução significativa dos custos de pessoal durante a crise”, a Lufthansa perderia “a oportunidade de sair da crise com um reinício melhor”, arriscando sair “claramente debilitada da crise”.

O objetivo da companhia aérea é reduzir ao máximo os despedimentos, recorrendo a iniciativas como a redução da jornada laboral e outras medidas de poupança, segundo Niggeman.

A germânica Lufthansa é uma das maiores empresas da aviação comercial na Europa. Em fevereiro de 2020 foi noticiada que a companhia, a par da United Airlines, estaria interessada numa participação na portuguesa TAP. As empresas terão chegado a ter conversações preliminares.

Questionado pelo eventual negócio entre Lufthansa e TAP, na última semana, o ministro das Infraestrturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, afirmou que “o Estado português não veria com maus olhos uma parceria com a Lufthansa”.

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