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Luís Miguel Ribeiro: “É preciso escalar as empresas para fazer crescer o país”

Na abertura do II Congresso Portugal Empresarial esta tarde na Exponor, o presidente da AEP realçou que “a par do desafio de aumentar o investimento, é preciso atuar ao nível do enorme desafio demográfico, por forma a reter e atrair talento no nosso país”.
AEP
29 Outubro 2024, 15h12

“Há mais de uma década que o foco de atuação e da intervenção das tomadas de posição da AEP têm sido em torno do problema da baixa produtividade em Portugal, que é um constrangimento sério ao aumento do PIB potencial e radica num vasto e complexo conjunto de fatores, quase todos interligados, onde se incluem – para além da falta de escala empresarial – o insuficiente nível de investimento”, referiu Luís Miguel Ribeiro, presidente do Conselho de Administração da AEP.

Na abertura do II Congresso Portugal Empresarial esta tarde na Exponor, Luís Miguel Ribeiro disse que a associação “finalizou na passada semana um estudo intitulado ‘Dinâmicas Socioeconómicas: Investir para Crescer’, inteiramente dedicado à temática do investimento”. E recordou que “Mario Draghi, no seu recente relatório sobre o futuro da competitividade europeia, sublinha a questão do défice de investimento, defendendo que a União Europeia deve investir pelo menos cerca de 28% do seu PIB, ou seja, mais seis pontos percentuais”.

Nesse contexto, “a par do desafio de aumentar o investimento, é preciso atuar ao nível do enorme desafio demográfico, por forma a reter e atrair talento no nosso país. Com políticas públicas que permitam a Portugal manter o seu contexto de paz social, não influenciando negativamente setores que muito dependem desta paz social”.

“Portugal já está praticamente a meio do atual período de programação dos fundos estruturais, que devia ser gerador de múltiplas oportunidades para a economia portuguesa. As associações empresariais não têm sido consideradas e valorizadas no desempenho futuro da economia nacional”.

Sendo assim, o desafio que a AEP lança ao atual Governo é que olhe “para as associações empresariais pelo contributo que tanto têm dado ao país, que não se compadece com a forma como têm sido consideradas. Continuamos a defender que o Estado deve concentrar-se nas suas funções de regulador e delegar ao tecido institucional associativo, de base empresarial organizada e qualificada, que é representativo e próximo das empresas, competências de gestão e execução operacional de políticas coletivamente definidas, onde se incluem programas de formação, mas também outras políticas de desenvolvimento e de incentivo ao investimento empresarial”.

Por outro lado, “a descentralização de competências deve colocar no âmbito de atuação da esfera privada um conjunto de ações que as entidades privadas têm vindo a demonstrar que desempenham com mais eficácia, eficiência e a mais baixo custo. A AEP continuará empenhada em defender o interesse das empresas, batalhando por uma redução progressiva de todos os custos de contexto, nomeadamente, através de uma fiscalidade mais amiga do investimento e com previsibilidade, mas não só”.

Tal como a AEP propôs – e o Ministério da Economia reconheceu no seu Programa “Acelerar a Economia” – “os avisos em contínuo são um importante contributo para a execução rápida, desburocratizada e eficaz, dos fundos europeus”. E lembrou que “esta poderá ser mesmo a última oportunidade para Portugal, atendendo aos novos reptos a que o orçamento europeu terá de dar resposta, alguns dos quais decorrentes do contexto geopolítico adverso”.

“É bom não esquecer que o segmento das microempresas representa mais de 96% do número de empresas, contribuindo para uma proporção significativa do emprego. Porém, a sua representatividade é bem menor quando analisamos o seu peso relativo no VAB (que não atinge 30%) e no investimento (inferior a 40%). Estes números refletem de forma muito objetiva que os ganhos de escala empresarial são fundamentais, rumo à melhoria da produtividade”, concluiu.

Com lotação esgotada, 400 participantes enchem o auditório da Exponor. O congresso conta, nos diferentes painéis, com oradores oriundos das empresas, das universidades, decisores públicos e privados, que vão apresentar e debater a sua visão sobre as tendências e o futuro das empresas.

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