“O Luxemburgo não pode apoiar a assinatura do acordo [entre a União Europeia e o Mercosul, constituído por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai] se o Brasil não se preparar para respeitar as suas obrigações relativamente ao Acordo de Paris, celebrado nas negociações com a UE”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros do Luxemburgo, Jean Asselborn, num comunicado citado pela agência de notícias espanhola EFE.
O governante adiantou que, “face à desflorestação da Amazónia que causa incêndios dramáticos”, o executivo do Luxemburgo “espera que os parceiros do Mercosul respeitem mesmo antes do acordo negociado os compromissos do Acordo de Paris”.
Consequentemente, o titular da pasta dos Negócios Estrangeiros e o primeiro-ministro luxemburguês, Xavier Bettel, irão propor ao Conselho de Ministros a paralisação da decisão de ratificar o acordo de livre comércio entre a União Europeia (UE) e o Mercosul, que ainda precisa da aprovação dos 28 Estados-membros da União Europeia para entrar em vigor.
Segundo Jean Asselborn, o Luxemburgo considera que o acordo comercial “é uma oportunidade histórica”, mas é necessária uma “mudança de direção” para garantir “o respeito à floresta amazónica, que é o pulmão do planeta”. Por isso, pede “cooperação” para atingir as finalidades de conservação daquele espaço natural.
O acordo de livre comércio entre a UE e o Mercado Comum do Sul (Mercosul) foi fechado em 28 de junho, depois de 20 anos de negociações. O pacto abrange um universo de 740 milhões de consumidores, que representam um quarto da riqueza mundial.
No sábado, a Irlanda também ameaçou votar contra o acordo comercial se o Brasil não tomar medidas para proteger a floresta amazónica.
A Amazónia é a maior floresta tropical do mundo, com cerca de 5,5 milhões de quilómetros quadrados, e possui a maior biodiversidade registada numa área do planeta.
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