O conceito de luxo mudou. Se antes estava associado a grandes palacetes, casas senhoriais abastadas ou montes e herdades a perder de vista, hoje já não se mede pelos metros quadrados de um imóvel, mas pelos serviços e experiências que oferece e pela qualidade de vida proporciona. Não é por isso de admirar que piscinas, ginásios, spas, saunas, banhos turcos, concierge e áreas comuns premium sejam determinantes para classificar um imóvel como de luxo.
Esta tendência – introduzida em Portugal na década de 90 com as primeiras habitações em empreendimentos turísticos ou em condomínios exclusivos em zonas turísticas – está a ganhar terreno e tem vindo a registar um crescimento significativo um pouco por todo o país. Condomínios fechados e edifícios com serviços integrados são cada vez mais procurados pelas famílias portuguesas para residência permanente e por investidores nacionais e estrangeiros, que neles veem uma ótima oportunidade de negócio.
Na verdade, o segmento do luxo tem-se revelado bastante resiliente às flutuações do mercado, não sendo caso para menos. Vamos gastar uma fortuna a comprar e manter uma mansão, quando podemos ter a mesma exclusividade num condomínio privado, com custos partilhados e o mesmo caracter diferenciador?
Um apartamento de 100 metros quadrados, bem localizado e equipado com serviços premium, pode valer mais do que uma moradia isolada, de 300, sem comodidades. Esta tendência é particularmente visível nas grandes cidades, onde a falta de espaço e a procura por localizações privilegiadas deram um forte contributo para a redefinição do conceito de luxo, que hoje passa também pela facilidade de acesso a tudo o que importa. Quem quer perder tempo em deslocações, engarrafamentos e filas de trânsito, quando pode ter o que precisa logo ali ao virar da esquina?
O tempo é um luxo, tal como a sustentabilidade é um fator decisivo para os compradores que pretendem reduzir os custos a longo prazo e alinhar o seu estilo de vida com valores ecológicos. Há muito que a tecnologia e a eficiência energética deixaram de ser opções para se tornarem requisitos obrigatórios neste segmento. Painéis fotovoltaicos, bombas de calor de alta eficiência, pisos radiantes estores elétricos, iluminação inteligente agregam valor a um imóvel.
Por tudo isto, o sucesso dos novos projetos está diretamente relacionado com a forma como integramos serviços, tecnologia e soluções amigas do ambiente, sem contundo descurar a funcionalidade e a exclusividade discreta.
Vivemos numa era em que ostentar deixou de ser sinónimo de riqueza. O luxo contemporâneo reside na liberdade de viver com propósito, na comodidade de uma casa que antecipa necessidades e proporciona momentos únicos. Será esse o grande legado deste segmento: tornar o quotidiano numa experiência simplesmente excecional.