Macau recebe uma cimeira importante para Portugal

A quinta Conferência Ministerial do Fórum para a cooperação económica e comercial entre a China e os países de língua portuguesa, também conhecido como Fórum Macau será realizada em Macau, nos dias 11 e 12 de outubro e vai concentrar-se na perspectiva de desenvolvimento e no rumo a seguir para cooperação entre países para o período de 2017 a 2019.

O Fórum foi lançado em 2003 para desenvolver a cooperação entre a China e sete países de língua portuguesa, nomeadamente Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e Timor Leste. Nas conferências ministeriais, os membros aprovar Planos Estratégicos de 3 anos que incluem planos de acção detalhados para reforçar os seus laços económicos.

As áreas de cooperação são bastante amplas, e incluem o comércio; investimento; recursos naturais; agricultura, pesca e pecuária;  educação; turismo; transportes e comunicações; finanças; cultura; saúde e desporto. O Fórum também promove reuniões regulares entre empresários dos oito países envolvidos.

O tema da quinta Conferência Ministerial é longo: “Trabalhar as relações comerciais e económicas dos países mais fortes de língua sino-portuguesa – combinando esforços, construindo em conjunto uma plataforma, compartilhando frutos do desenvolvimento”.

O objetivo principal no entanto permanece inalterado: o de explorar novas áreas de cooperação económica e comercial entre a China e os outros membros. Quando o Fórum Macau foi estabelecido, a cooperação focava em apenas sete áreas e agora cobre 17, um número que certamente vai aumentar após a próxima conferência ministerial.

Esta última deverá ter um foco crescente no aumento do investimento, incluindo a promoção do desenvolvimento de infraestruturas.

Há também um fundo de investimento no montante de mil milhões de dólares para a cooperação entre países, que foi anunciado na 3ª reunião ministerial em 2010 e formalmente estabelecido em 2013 e que precisa ser recuperado, uma vez até agora apenas dois projetos foram aprovados pelo China Development Bank, que é que supervisiona a aplicação do dinheiro.

De acordo com o South China Morning Post, também poderá haver um anúncio de que há planos para Macau se tornar num centro chave de liquidação da moeda chinesa (yuan), tornando-se uma câmara de compensação para grandes acordos de investimento com os países de língua portuguesa.

A indústria financeira deve ser um tema principal

O primeiro-ministro de Portugal vai participar do evento e aproveitou a oportunidade para fazer uma visita oficial à China. E já se encontrou com o presidente Xi Jinping China no fim de semana, que se comprometeu a incentivar mais investimentos em Portugal em áreas como finanças, seguros, saúde e infraestruturas.

O Presidente Xi Jinping, adicionalmente, pediu uma maior cooperação em matéria de investigação e de logística portuária marítima. António Costa também vê espaço para a colaboração em outras áreas como energia, eletricidade, agricultura, cultura e turismo.

O Haitong Bank numa nota de research disse que “nós pensamos que esta visita [do primeiro-ministro à China] veio num momento muito importante, pois há alguns investimentos importantes a ser equacionados, nomeadamente no setor bancário. Da Fosun industrial Holdings Ltd que tem estado em conversações para comprar uma participação de 16,7% no Millennium BCP com vista a aumentar potencialmente a sua participação até 30%. Além disso, o grupo privado China Minsheng Financial comunicou o seu interesse no Novo Banco às autoridades portuguesas no caso da venda directa em leilão falhar. Tal como o Jornal Económico escreveu, o China Minsheng Financial Holding Corporation Limited (CMFH) está na corrida ao Novo Banco como Cornerstone Investors o que significa que se candidata à compra de uma participação no Novo Banco, que tanto pode ser minoritária (abaixo de 50%) como maioritária (acima de 50%), mas tem de ser uma participação de referência, e com o compromisso de uma Oferta Pública Inicial (IPO) do resto do capital, pois o Novo Banco tem de ser vendido 100% até ao fim de Agosto de 2017 (prazo limite dado por Bruxelas).