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Mackenzie Bezos: Do apoio incondicional ao divórcio de milhões

Acreditou no projeto da Amazon e ajudou Jeff, seu marido, a erguer uma das empresas mais valiosas do mundo. Após 25 anos de casamento, o negócio mantém-se,mas a relação acabou. De forma amigável e milionária: ficará com 25% das ações do casal e torna-se a terceira mulher mais rica do mundo.
  • 4. Mackenzie Bezos
28 Abril 2019, 16h00

As redes sociais têm sido o meio privilegiado  para um dos casais mais mediáticos do planeta falar sobre casamento, separação, famíia e negócios. Num tweet publicado na semana passada, MacKenzie Bezos anunciou que, nos termos do divórcio amigável definidos com Jeff Bezos, ficará com 25% das ações do casal– o que lhe deverá atribuir uma posição de 4% na retalhista online que ajudou o marido a fundar. Antes do acordo, o casal Bezos detinha 16,3% das acções da empresa, fatia avaliada em 143 mil milhões de dólares (127 mil milhões de euros), o que fazia deles o casal mais rico de sempre.

Jeff Bezos manterá o controlo dos direitos de voto sobre todas as ações de MacKenzie e manterá as suas participações acionistas no diário “The Washington Post” e na Blue Origin, que é a empresa espacial do multimilionário norte-americano.

Ainda assim, Bezos vai continuar a ser o homem mais rico do mundo, com uma fortuna avaliada em 110 mil milhões de dólares (97 mil milhões de euros). Já MacKenzie irá tornar-se na terceira mulher mais rica, de acordo com a revista norte-americana “Forbes”, com uma fortuna estimada em 35 mil milhões de dólares (31 mil milhões de euros). No divórcio de Mel Gibson e Robyn Moore, considerado até hoje um dos mais dispendiosos na história de Hollywood, o ator gastou metade da fortuna (370 milhões de euros).

O homem mais rico do mundo e CEO da Amazon anunciou a 9 de janeiro que se iria divorciar de MacKenzie Bezos. Através do Twitter, o casal garantia que a amizade entre eles vai continuar. Isto um dia antes de o jornal “National Enquirer” revelar que o fundador da Amazon tinha mantido uma relação extraconjugal com Lauren Sanchez, antiga pivô televisiva norte-americana. Esta notícia surpreendeu o mundo. Os Bezos eram visto como um casal-modelo, com quatro filhos e uma empresa de grande sucesso em mais de duas décadas de vida em comum. E a noticia ganhou outro peso devido à importância que a Amazon tem na economia mundial.

O começo do negócio

MacKenzie tinha 23 anos quando conheceu o empresário, numa empresa que geria fundos de investimento e onde Bezos já trabalhava. Casaram-se seis meses mais tarde e no ano seguinte deixaram o apartamento no Upper West Side de Manhattan e uma vida confortável, mudando-se para Seattle, onde começaram uma nova empresa: uma livraria online.

“A única razão pela qual [Jeff] pôde fazer isso foi porque tinha uma esposa que o apoiava incondicionalmente. Foi um risco incrível que decidiram correr juntos”, escreveu Brad Stone no livro “The Everything Store: Jeff Bezos and the Age of Amazon”, publicado em 2013.

Em julho de 1994, quando resolveram abrir o negócio, a ideia era revolucionária – queriam vender livros através da internet. Jeff e a mulher já tinham estudado os hábitos de compras dos norte-americanos e descobriram que a venda de discos e de livros pela net seriam duas boas opções. Na sua pesquisa de mercado descobriram ainda que as livrarias poderiam ter milhares de livros, mas nunca conseguiriam expor todos os títulos disponíveis, pelo que um catálogo digital seria a solução. Um ano depois, o fundador colocava o site a funcionar.

Nos primeiros dias, o próprio Jeff Bezos atendeu os poucos pedidos de clientes. Alugou uma garagem, também na cidade de Seattle, e empacotava os livros antes de serem enviados. Mais tarde, o negócio descolou e contratou vários colaboradores. Em entrevista ao “The Wall Street Journal” , o multimilionário recordou que, durante as primeiras semanas de funcionamento, todos os funcionários trabalhavam até às três da manhã para empacotar e endereçar pedidos. A única ação publicitária da Amazon envolvia alguns cartazes espalhados pela livraria Barnes & Noble nos quais se lia “não encontrou o livro que procurava?”, juntamente com o endereço do site.

Por seu lado, ao fim de 25 anos de casamento e com quatro filhos em comum, MacKenzie mostra-se confiante no futuro e garante que vai continuar a ser amiga do ex-marido. Mais uma vez, a revelação foi feita na rede social que ambos privilegiam. “Estou grata porque o processo de dissolução do meu casamento com Jeff chegou ao fim”, escreveu numa nota publicada na sua conta do Twitter, que tem 35 mil seguidores, bem menos do que os 890 mil que seguem os tweets do agora ex-marido. “Estou ansiosa pela nossa próxima fase enquanto pais e amigos”, acrescentou.

Artigo publicado na edição nº 1984, de 12 de abril, do Jornal Económico

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