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Macron sobre Bolsonaro: “os brasileiros merecem um presidente que esteja à altura do cargo”

O presidente francês diz que comentário de Bolsonaro sobre a esposa de Macron foi “triste” e “desrespeitoso”. Aumenta a escala de tensões entre os dois países que teve inicio depois de Macron ter acusado Bolsonaro de “ecocídio” devido aos fogos na Amazónia.
Presidente da República de França, Emmanuel Macron
26 Agosto 2019, 13h34

O presidente francês, Emmanuel Macron, voltou a criticar, esta segunda-feira, Jair Bolsonaro enquanto presidente, aumentando a escala de tensão entre os dois líderes.

Durante uma conferência de imprensa coletiva com o presidente do Chile, Sebastián Piñera, Macron afirmou que o comentário de Bolsonaro sobre a mulher do presidente francês, foi “triste” e “extremamente desrespeitoso”.

“As mulheres brasileiras sem dúvida têm um pouco de vergonha [do seu presidente]”, cita a Folha do São Paulo as afirmações do líder europeu, que acrescentou ainda que os brasileiros “merecem um presidente que esteja à altura do cargo”.

A resposta vem depois de Bolsonaro ter partilhado um comentário de um utilizador no Facebook sobre a esposa de Macron, Brigitte Macron, 24 anos mais velha.

No sábado, um seguidor publicou uma fotografia de Macron e Bolsonaro acompanhados das respetivas mulheres, com a legenda: “Agora entendem por que Macron persegue Bolsonaro?”. O presidente brasileiro respondeu: “Não humilha cara. Kkkkkkk”, fazendo referência às diferenças de idades entre os dois casais. Brigitte Macron tem 66 anos e Michelle Bolsonaro tem 37.

A publicação foi criticada pela imprensa francesa que acusou o presidente brasileiro de ser sexista. A diferença de idades já foi usada contra Macron pelos seus adversários durante as eleições de 2017, mas o presidente francês rematava dizendo que, se ele tivesse 20 anos a mais, “ninguém pensaria por um segundo que não poderíamos estar legitimamente juntos”.

O conflito entre os dois presidentes teve inicio depois de Macron ter criticado Bolsonaro pela falta de inação no combate aos fogos na Amazónia. O presidente francês considerou que a Amazónia precisa de uma melhor gestão para acabar com o “ecocídio” que está a acontecer na floresta amazónica, e ameaçou opor-se ao acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul. Esta tomada de posição do presidente francês não foi bem recebida pelo seu homólogo brasileiro que acusou Macron de “mentalidade colonialista” e de querer usar os fogos para proveito político próprio.

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