Embora tenha causado estragos na economia nível mundial, a pandemia potencializou a relação entre os produtores e a indústria tendo, consequentemente, impulsionado a venda e distribuição de produtos nacionais interna e externamente.
“No início do confinamento na Europa foi muito complexo. Houve uma rutura total das cadeias de abastecimento que nos levou a perceber a importância dos produtos próximos de nós”, disse o presidente da Portugal Foods, Amândio Santos durante a sua intervenção na primeira conferência do ciclo “Conhecer para Decidir, Planear para Agir” que teve como tema “Conhecimento e inovação na década da transição digital”, que decorreu esta quarta-feira e na qual o Jornal Económico foi media partner.
“Viu-se uma aposta na portugalidade e no quilometro 0”, continuou. “O local tem hoje um valor emocional que é transformado em valor económico para as empresas”, reforçou, acrescentando que com esta aposta no made in Portugal também o consumidor passou a optar por produtos de origem nacional.
De acordo com o Observador Cetelem Consumo 2020, a maioria dos portugueses inquiridos (52%) aponta que o consumo de produtos nacionais é um “dever”, enquanto 30% admite que este é um desafio proposto pelos mesmos de forma a consumir mais Portugal.
Perto de 49% dos portugueses inquiridos apontam que o consumo de produtos nacionais é “prioritário” e 45% definem o consumo de produtos portugueses como “importante”.
Segundo Ondina Afonso, presidente do Clube de Produtores Continente, a chegada do Covid-19 influenciou muitos consumidores a fazer uma alteração na alimentação. Entre a cadeia de supermercados da Sonae, a responsável revelou que se registou um aumento da procura por citrinos, por estarem relacionados com a vitamina C, e legumes, o que por sua vez, permitiu que houvesse um crescimento nas vendas.
“Esta mudança de consumo de padrões e a valorização daquilo que é a produção nacional foi importante para crescer vendas”, explicou, acrescentando que desta forma, foi “possível manter os níveis de abastecimento como se nada estivesse a acontecer”, acrescentou.
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