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Maioria das câmaras portuguesas apoia empreendedorismo

As ‘startups’ reconhecem o papel dos municípios, em especial na disponibilização de espaços físicos e na realização de eventos, revela o “Everis startup map”, da consultora Everis.
28 Julho 2018, 18h00

A radiografia realizada pela Everis ao ecossistema empreendedor português revela que 87% das câmaras municipais apoia diretamente uma ou mais incubadoras no seu concelho. Esse apoio é bastante diversificado. Vai deste o apoio institucional à propriedade ou à detenção de uma participação no capital da incubadora, até à disponibilização de um espaço, passando pelo apoio à gestão ou pela dinamização de atividades empreendedoras, como formação, mentoria, programas de aceleração e eventos, entre outros. A criação de espaços com rendas controladas e a coorganização de eventos para startups são, no entanto, as mais comuns.

O “Everis startup map”, assim se designa a radiografia realizada por esta consultora do Grupo NTT DAta, revela igualmente que, em média, 30% das câmaras municipais têm fundos de apoio a startups ou outros mecanismos de facilitação de investimento que aceleram o crescimento de negócios e alavancam o desenvolvimento local.

Segundo o estudo, os benefícios das políticas municipais de atração de investimento e desenvolvimento económico já começam a ser sentidos e são da mais variada ordem: dinamização da atividade económica e captação de investimento, visando a fixação da população, a retenção de talento e de recursos qualificados, assim como a redução do desemprego e o aumento do poder de compra, mas também a valorização de produtos locais, requalificação do município (parques industriais, zonas históricas e zonas rurais), aumento do turismo e da atratividade do concelho.

As startups reconhecem o papel dos municípios, em especial na disponibilização de espaços físicos e na realização de eventos relacionados com empreendedorismo, inovação e tecnologia. Em concreto, o estudo revela que 26% não pagam renda e 43% pagam menos de 250 euros. O apoio das câmaras municipais à promoção e visibilidade das startups é igualmente reconhecido, mas uma parte destas empresas é da opinião que deverá ser reforçado e que é necessário implementar outras iniciativas, designadamente incentivos fiscais e apoio financeiro direto. Estas duas sugestões são feitas pelas incubadoras, que sublinham ainda a importância de apostar em eventos internacionais.

A qualidade de vida de cada concelho é um fator de posicionamento das câmaras municipais que permite aumentar a sua atratividade e captar novas startups: 75% considera que o que distingue o município em que se encontram sediados de outros municípios é a rede de ensino, proximidade de praias e/ou trilhos de montanha, oferta desportiva, equipamentos culturais, custo de vida e acesso a cuidados de saúde.

“Os dados recolhidos permitem-nos identificar a aposta que as diferentes câmaras municipais e geografias estão a realizar de acordo com os próprios recursos locais, quer seja através da captação de investimento, capitalização de estratégias locais e/ou atração de pessoas ao concelho”, explica Susana Cunha Bandarrinha, “startup catalyst” na Everis. Concluindo: “Os municípios estão cada vez mais atentos ao tema do empreendedorismo apostando ativamente em estratégias e políticas de desenvolvimento local.”

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