Um das principais conclusões do novo relatório do CDP (Carbon Disclosure Project), feito em conjunto com a Oliver Wyman, revela que cerca de 40% das empresas portuguesas alinham menos de um quarto das suas despesas de capital (CapEx) na aplicação de uma transição para uma economia de baixa carbono.
O estudo mostra que mais de metade das empresas nos sectores mais poluentes referem que o acesso a capital é uma preocupação central nos esforços de descarbonização.
“Embora mais empresas europeias estejam a estabelecer objetivos de redução de emissões e a elaborar planos de transição para net zero, apenas uma em cada cinco (21%) fez progressos substanciais na implementação de áreas-chave destes planos”, segundo o estudo.
Com os níveis de investimento de capital a desempenharem um papel fundamental na capacidade de uma empresa para obter resultados em aspectos fundamentais dos planos de transição energética, o acesso ao capital é identificado como um fator-chave que influencia as decisões financeiras para cerca de 50% no sector automóvel e até 70% para as empresas de produção de energia.
O estudo diz ainda que embora muitas empresas necessitem do apoio de instituições financeiras para levar os projetos à escala comercial, o sector financeiro tem exigido provas de que essas iniciativas podem funcionar de forma sustentável a este nível.
“A economia fundamental não está a evoluir com rapidez suficiente”, acrescenta a CDP que tem como CEO, Sherry Madera.
“Em muitos sectores, a economia fundamental não está a evoluir suficientemente rápido para fazer uma mudança rápida e em grande escala para modelos de negócios mais ecológicos e comercialmente atraentes”, refere o estudo.
“Se não for possível fazer mais investimentos em produtos ecológicos a um ritmo acelerado, os dados mostram que 20% das empresas europeias esperam que os seus clientes mudem para produtos e fornecedores alternativos, potencialmente noutros sectores ou mercados”, refere o relatório. Isto é, 20% das empresas europeias esperam perder clientes para soluções alternativas.
O relatório destaca que muitas empresas ainda não estão a descarbonizar suficientemente à escala e ao ritmo que necessitamos hoje, com apenas uma em cada cinco a fazer progressos substanciais em áreas-chave.
Por outro lado as empresas de eletricidade, fundamentais para eletrificar e descarbonizar os transportes e a indústria pesada, poderão ficar aquém de 285 mil milhões de euros até 2030, para atingir os 1,9 biliões de euros de investimento necessário em energias renováveis.
As conclusões revelam um dilema de financiamento verde a apenas cinco anos da data em que a UE deve atingir o seu objetivo de redução de 55% das emissões e manter-se no caminho certo para cumprir o objetivo de 1,5°C do Acordo de Paris.
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