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Mais antigos e mais baratos. Como a China está a contornar as sanções na guerra dos chips

Os Estados Unidos e a União Europeia aplicaram várias sanções a China para retardar o desenvolvimento da capacidade de chips no país, mas o país focou-se no fabrico em massa de modelos mais antigos e baratos, que ainda são utilizados.
1 Agosto 2023, 12h05

As autoridades europeias e norte-americanas estão cada vez mais preocupadas com os últimos movimentos da China perante aquilo que está a ser apelidado pelos analistas como a guerra dos chips, segundo o jornal “Cinco Dias”.

Enquanto os países ocidentais tentam estimular a produção de chips dentro das suas fronteiras, através de subsídios milionários direcionados às principais empresas do sector. Pequim utiliza a mesma tática com as suas empresas nacionais, apesar de existirem sanções para limitar a sua capacidade neste mercado, não existindo nenhum outro país com tantas fábricas de chips em construção, como no país asiático.

Este está a tornar-se cada vez mais num conflito tecnológico, ao qual o Governo do presidente dos Estados Unido, Joe Biden, fez pressão para conseguir o controlo de exportação de forma a limitar a capacidade da China e para conseguir os chips mais recentes e modernos, que são cruciais para o desenvolvimento de modelos de inteligência artificial e software de aplicação militar.

A União Europeia (UE) também reagiu a este conflito, limitando as exportações da ASML, uma empresa multinacional holandesa e o maior fornecedor de sistemas de litografia para a indústria de semicondutores. Como resposta, a China também impôs limites rígidos à exportação de gálio germânico, que são metais importantes na produção de semicondutores e dos quais a China é o principal processador e exportador.

Paralelamente às imposições na exportação de metais, Pequim também começou a fazer um desvio para tentar manter uma posição de poder no mercado de chips. De acordo com a Bloomberg, a China subsidiou a construção de fábricas de chips de modelos mais antigos e maiores, que escapam às sanções ocidentais.

Embora este modelo seja uma tecnologia com 10 anos, estes chips ainda são essenciais para a maior parte dos aparelhos tecnológicos de consumo, como smartphones, veículos elétricos e equipamentos militares.

Segundo a Bloomberg, “embora as regras dos Estados Unidos, estabelecidas em outubro passado, tenham retardado o desenvolvimento da capacidade de produção de chips avançados da China, elas deixaram intacto o potencial de chips de maior dimensão. Isso levou as empresas chinesas a lançarem uma corrida para construírem fábricas sem igual”.

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