Mais de 10% dos portugueses endividam-se no Natal

Quase dois em cada vez portugueses (16%) assume uma dívida elevada no Natal para conseguir comprar presentes para a família e amigos e ter pratos na mesa e doçarias tradicionais desta época do ano, concluiu o estudo “European Consumer Payment Report 2022” (ECPR 2022), divulgado pela empresa de serviços financeiros Intrum.

A motivação desse endividamento deverá estar relacionada com o sentimento de pressão de que assim, com prendas e refeições típicas de Consoada e Natal, irão manter a família unida. Os países que mais sentem essa pressão são a Grécia (34%) e a Irlanda (29%), mas Portugal mantém-se em linha com a média europeia, que também é de 16%.

Segundo a empresa de gestão de crédito, as consequências da pandemia, a guerra na Ucrânia e a consequente inflação, as famílias portuguesas sentem uma enorme dificuldade em manter o seu orçamento familiar equilibrado no final do ano.

Mais: quase metade dos inquiridos em Portugal (43%) considera que o Natal não voltará a ser como antes da pandemia – uma percentagem que, desta vez, é significativamente superior à média europeia (de 40%) embora mais baixa do que no sul da Europa (50%).

Nalguns países da Europa, a percentagem é ainda maior. Por exemplo, na Irlanda, no Reino Unido, na Grécia e na Roménia, mais de um terço dos inquiridos (31%, 36% e 37%, respetivamente) concorda com a seguinte afirmação: “Prevejo estar mais endividado do que nunca até ao final do Natal de 2022”. “Mais de um quinto dos consumidores europeus espera estar mais endividado do que nunca até o final do Natal”, lê-se no ECPR 2022.

Em Portugal, 25% dos consumidores que participaram no inquérito da Intrum acreditam que os gastos de Natal os levarão a um maior endividamento do que alguma vez tiveram, enquanto no sul da Europa essa percentagem é dois pontos percentuais mais alta.

O estudo ECPR 2022 – que envolveu 24.011 entrevistas a consumidores de 24 países europeus, entre julho e setembro – revelou ainda que quatro em cada dez consumidores na Europa admitem estar desconfortáveis com o nível de desperdício desnecessário nesta época do ano.