O número de professores e educadores de infância a passar à reforma este ano não chegou a 700, mas a previsão é de que este valor venha a duplicar nos próximos cinco anos. As projeções do Ministério da Educação indicam que, até 2023, vão reformar-se cerca de 11 mil professores, o que corresponde a 10% do universo atual, avança o jornal “Diário de Notícias”.
Os dados mostram que, desde 2014, reformaram-se cerca de 4500 professores, já contando com os 669 que se aposentaram neste ano. Mas, até 2023, este valor pode vir a duplicar, o que representa “um enorme desafio para o ensino público, que pode perder boa parte dos professores mais experientes na próxima década e que não tem candidatos suficientes a sair das faculdades”, alerta a classe.
“Enquanto o perfil etário da classe docente apresenta claramente desafios, também pode representar uma oportunidade para revitalizar a profissão com novas ideias, novos níveis de aptidões e de especialização por parte de agentes de mudança da profissão”, argumenta a OCDE no Reviews of School Resources, publicado na quinta-feira. “Tudo depende de como Portugal conceptualiza a profissão docente e as suas oportunidades de desenvolvimento.”
A Associação Nacional dos Professores Contratados diz-se alarmada com o abandono da profissão.”Dentro de pouco tempo podemos não ter professores suficientes e desembocar em situações como a de Inglaterra, que tem de importar docentes. Nos próximos dez anos podemos perder 40% a 50% dos professores e nem a quebra da natalidade vai compensar as saídas”, afirma César Israel Paulo, porta-voz da associação.
Taguspark
Ed. Tecnologia IV
Av. Prof. Dr. Cavaco Silva, 71
2740-257 Porto Salvo
online@medianove.com