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Mais de 200 milhões de europeus vivem nas zonas costeiras

Os setores tradicionais da economia azul europeia (recursos vivos marinhos, extração marinha de recursos não vivos, transporte marítimo, atividades portuárias, construção naval e reparação e turismo costeiro) geraram 180 mil milhões de euros de Valor Acrescentado Bruto, concluiu o relatório da Comissão Europeia, apresentado âmbito do Dia Marítimo Europeu, que se celebra em Lisboa.
16 Maio 2019, 11h07

As zonas costeiras da Europa geram 43% do PIB da União Europeia, empregam 92 milhões de pessoas e nelas vivem 214 milhões de cidadãos – i.e. 42% da população total da comunidade única (o que é um número particularmente significativo perante o facto de estas regiões só representarem 28% do território europeu). A conclusão é do relatório “Blue Economy 2019”, elaborado pela Comissão Europeia e apresentado por ocasião do Dia Marítimo Europeu, que decorre esta quinta-feira em Lisboa.

O comissário europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas, Karmenu Vella, considera que esta segunda edição do relatório “confirma o papel da economia azul enquanto um entusiasmante setor em crescimento, com oportunidades tanto nos setores estabelecidos, como o turismo e a construção naval, ou em áreas emergentes, como a energia oceânica ou a bioeconomia azul”.

Em 2017, os setores tradicionais da economia azul europeia – recursos vivos marinhos, extração marinha de recursos não vivos, transporte marítimo, atividades portuárias, construção naval e reparação e turismo costeiro – empregaram diretamente mais de 4 milhões de pessoas, geraram 658 mil milhões de euros em receitas e registaram 180 mil milhões de euros de Valor Acrescentado Bruto (VAB).

“A evolução da economia azul foi significativamente influenciada pelos desenvolvimentos macroeconómicos gerais, em particular a crise financeira e económica global de 2008-2009”, lembram os autores do documento. Por isso, como falamos de ciclos económicos, também esta área está a modernizar-se.

Entre as novas indústria em expansão está a energia azul (eólica “offshore”), a energia oceânica (ondas e marés), a bioeconomia azul e biotecnologia, minerais marinhos, a dessalinização e a defesa marítima, que têm não só criado mais postos de trabalho como atraído investimentos, segundo a instituição liderada por Jean Claude-Juncker.

Para perceber a dimensão destas áreas emergentes, desde 2003, o Banco Europeu de Investimentos assinou contratos no valor de cerca de 11 mil milhões de euros para 31 parques eólicos offshore e projetos de transmissão offshore, inclusive em Portugal [Windplus], mas também na Bélgica, na Holanda, na Dinamarca, no Reino Unido e na Alemanha.

O Dia Marítimo Europeu, estabelecido em 2008, representa um ponto de encontro anual para profissionais, empresários e líderes políticos ligados aos mares e oceanos. A capital portuguesa receberá, ao longo dos próximos dois dias, mais de 1.400 participantes de 53 países, mais de uma centena de oradores, 28 workshops e 21 pitchs. Bruxelas escolheu Portugal para receber a edição de 2019 deste evento, este ano focado essencialmente em impulsionar a economia marítima sustentável através do empreendedorismo, do investimento, da investigação e da inovação.

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