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Mais de 70% das startups estão a operar normalmente e algumas antecipam expansão

Quase metade das empresas inquiridas num estudo da EY, SAP e Startup Portugal consideram que as medidas de apoio mais úteis neste momento seriam incentivos e isenções fiscais.
7 Julho 2020, 18h06

A maioria das startups com sede em Portugal (71,8%) está a laborar normalmente e mostra, generalidade, otimismo em relação à recuperação económica, o que se reflete no facto de algumas (40%) anteciparem uma expansão nos negócios.

A conclusão é de um estudo elaborado pela Startup Portugal em colaboração com a consultora EY e a tecnológica SAP, que demonstra também que 40% das startups inquiridas prevê aumentar os investimentos apesar da pandemia e cerca de 30% mantê-los ou reduzi-los. O relatório, intitulado “Impacto da Covid-19 no Ecossistema de Startups Nacional”, aponta para apenas 2,3% da amostra a colocar o “encerramento” em cima da mesa.

“Não obstante as condições adversas e alteração de consumo, as situações de crise traduzem-se, muitas vezes, como cenários ideais para a inovação, criando novas necessidades e aumentando exponencialmente o potencial de determinados modelos de negócio, nomeadamente do e-commerce, e a procura de determinados bens de consumo, como é o caso do home entertainment”, pode ler-se no documento.

É o caso das 42,3% empresas participantes para as quais o confinamento gerou novas oportunidades de negócio, o que nos remete para o período da Grande Recessão (2007-2009), período em que mais de metade das empresas da Fortune 500 iniciaram atividade e nasceu meia centena de unicórnios.

Mas nem tudo são mares de rosas, porque o novo coronavírus trouxe diminuição das vendas, adiamento ou atraso de projetos e necessidades de apoio extraordinário. Dos 33,1% gestores que admitiram ter recorrido a uma ou mais medidas de auxílio, as que tiveram maior adoção foram o fracionamento do pagamento de obrigações fiscais e a adesão ao regime de lay-off (24,3%) e ao programa ADAPTAR (13,5%).

Em relação ao financiamento, sem surpresas, a análise refere que mais de metade (51,4%) do financiamento previsto para 2020 – antes da pandemia – seria internacional e, uma vez que a maior fonte de capital de risco em Portugal vem do exterior (Estados Unidos, Reino Unido, França…) esse ‘balão de oxigénio’ pode estar em standy-by.

Que medidas solicitam as startups?

  • Incentivos e isenções fiscais
  • Oferta de novos apoios financeiros com o apoio da IFD
  • Oferta de novos apoios financeiros através de linhas de crédito tradicionais com garantia mútua
  • Diminuição da TSU para as microempresas Isenção de pagamentos à Segurança Social, nomeadamente durante o tempo em que os custos correntes se sobrepõem à faturação Acesso a Capital de Risco (Venture Capital)
  • Programas de apoio financeiro a fundo perdido Quadro legal e fiscal que permita uma maior competição com as startups internacionais
  • Ações de matchmaking entre startups e possíveis investidores Injeção direta de liquidez nas empresas com quebra acentuada de receita
  • Diminuição do limite de três mil euros para mil euros, a partir do qual podem ser pedidos os reembolsos do IVA
  • Redução do tempo de análise de pedidos de pagamento de incentivos a projetos em curso
  • O estudo em causa teve por base uma análise documentar e um inquérito por questionário, realizado entre os dias 17 de maio e 8 de junho de 2020, a mais de 200 fundadores e CEO de startups com sede em Portugal
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