Os funcionários das escolas estão em greve hoje e sexta-feira, num protesto convocado pela CGTP, para exigir aumentos salariais, integração nos quadros e a criação de uma carreira específica. Em declarações ao Jornal Económico, o dirigente sindical, Artur Sequeira, da Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FSTFPS), adiantou que há milhares de escolas de portas fechadas de norte a sul do país “para demonstrar o descontentamento dos trabalhadores”
“Sei que há muitas escolas fechadas. Mais de cinco mil. E a estimativa ainda não está fechada, porque muitas escolas abriram de manhã e à tarde, com a mudança de turnos, tiveram de fechar”, disse o dirigente sindical, acrescentando ter indicações de que “amanhã a greve vai ter uma maior adesão e que, por isso, o número de escolas fechadas vai ser maior”.
“Há um descontentamento muito grande nas escolas e estes problemas que nós apontamos afetam entre 50 mil a 70 mil funcionários. O que quer dizer que, sem surpresa, muitos trabalhadores estão em greve” nestes dois dias, garante Artur Sequeira.
O dirigente sindical responsabiliza o Ministério da Educação por “todos os entraves que possam ser criados às famílias e às crianças”, nestes dois dias, alegando que passada quase uma legislatura, a tutela “continua sem dar resposta” a problemas que afetam o funcionamento das escolas e que “põem em causa os direitos elementares dos trabalhadores”.
Os sindicatos exigem aumentos salariais para todos os trabalhadores, bem como a integração dos funcionários a tempo parcial que cumprem funções necessárias ao funcionamento das escolas e a criação de uma carreira específica.
Pedem também a abertura de concurso para, “no mínimo”, 3067 trabalhadores, e que seja garantida a entrada de 1067 novos funcionários e de 2.500 que já estão em funções, já que a portaria que define os rácios de funcionários por escola está a ser cumprida com recurso a “tempos parciais”.
“Todas as escolas e todas as áreas das escolas têm falta de pessoal e para agravar a situação, em agosto, terminam os contratos de 2.500 funcionários”, explica o dirigente sindical.
A federação dos sindicatos pretende ainda chamar a atenção para o nível etário dos trabalhadores das escolas, que afirma ser “muito elevado”, o que potencia a doença e as baixas médicas, e defende a necessidade de ser constituída uma bolsa de trabalhadores para substituição através de contratos a termo certo, com base na lei geral do trabalho em funções públicas.
Os salários estão também na mira dos sindicatos, que criticam a solução avançada pelo governo. “Este aumento salarial que foi feito para a função pública é pernicioso e tem uma capacidade fantástica de tentativa de divisão dos trabalhadores”, lamenta.
“Estamos a por trabalhadores que entram hoje nas escolas a ganhar o mesmo valor de trabalhadores que estão nas escolas há dezenas de anos”, conclui.
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