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Mais de metade dos fundos de pensões considera riscos ESG nas decisões de investimento

A consultora Mercer espera que esta tendência continue devido à introdução da Diretiva de Pensões Europeia IORPII, e as regulamentações de investimento do UK Department of Work and Pension.
7 Outubro 2019, 13h40

A sustentabilidade está a ganhar terreno entre os investidores institucionais europeus, de acordo com o estudo da consultora Mercer “European Asset Allocation 2019”, divulgado esta segunda-feira, dia 7. Os dados apurados apontam para 55% dos fundos de pensões a considerar agora os riscos ambientais, de sustentabilidade e governance (ESG) nas suas decisões de investimento, acima dos 40% em 2018, sendo que, mais de metade (56%) referiu as pressões regulamentares como a principal razão para o aumento desta tendência.

De entre os principais fatores que conduzem à inclusão do ESG nas tomadas de decisão de investimento, surgem ainda, para 29% dos fundos (acima dos 25% em 2018), os benefícios percecionados no que se refere ao risco e ao retorno dos seus investimentos; e também para 29% (acima dos 18% em 2018) a necessidade de mitigar potenciais danos de reputação. “Este fator demonstra que cada vez mais os programas reconhecem a ligação entre as métricas de risco ESG e a melhoria da performance corporativa”, explica a Mercer, em comunicado.

Apenas 14% dos inquiridos referiu que as suas decisões estão a ser impulsionadas pelos desafios colocados pelas alterações climáticas (um pouco abaixo dos 17% em 2018). A Mercer tem estado em contacto com os seus clientes acerca deste assunto, no seguimento do lançamento do relatório “Investing in a time of Climate Change”, e espera ver ao longo do próximo ano mais fundos a ter em consideração os potenciais impactos das alterações climáticas.

Quanto à ascensão dos temas ESG na agenda dos seus clientes, Rui Guerra, partner da Mercer, realça que “a regulação europeia levou a um maior compromisso deste tópico e prevemos que continue no futuro, nomeadamente em Portugal. “Os fundos de pensões que ainda não consideraram incorporar estes princípios nas suas políticas de investimento, deverá considerar fazê-lo num futuro próximo”, diz o sócio.

Assim, a Mercer espera que esta tendência continue devido à introdução da Diretiva de Pensões Europeia IORPII, e as regulamentações de investimento do UK Department of Work and Pension (DWP). Tal irá exigir aos fundos de pensões terem em conta os fatores ESG nas suas decisões de investimento.

A 17ª edição do estudo Mercer, “European Asset Allocation 2019”, inquiriu 876 clientes investidores institucionais em 12 países, refletindo um total de ativos de cerca de 1 trilião de euros.

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