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Mais de metade dos trabalhadores afirma ter mais tarefas do que aquelas que consegue cumprir

Três em cada cinco profissionais dizem comprometer-se com mais tarefas dos que as que podem entregar dentro do prazo, o que resulta numa excessiva carga de afazeres. Um terço dos trabalhadores reconhece ser impossível recusar a delegação de trabalho.
30 Janeiro 2019, 18h38

Mais da metade dos profissionais no mundo de trabalho diz ter atualmente mais de 60 tarefas por fazer na sua lista semanal, enquanto 15% chegam a ter mais de 100, de acordo com um inquérito da norte-americana VitalSmarts.

De acordo com o mesmo estudo, esta acumulação de trabalho dá-se devido a vários fatores: 73% dos inquiridos reconhece que esse excesso de compromisso deve-se ao facto de querer ser bem-educado, enquanto que 56% admite sofrer de uma necessidade de resolução de problemas mesmo quando estes não são da sua responsabilidade.

O inquérito foi conduzido pela VitalSmarts, uma empresa norte-americana de leadership training, que revela que 39% dos profissionais consideram que o problema também se deve ao próprio ambiente de trabalho, referindo a falta de clareza sobre que tipo de tarefa pode ser rejeitada na empresa. Para além disso, 38% sugere que a postura dos chefes, que parecem não se importar com o excesso de trabalho dos seus funcionários, é um dos fatores que impossibilitam a capacidade de recusar tarefas. Por fim, dos 1.353 profissionais inquiridos neste estudo, 32% reconhece ser impossível dizer que não.

Sintomas como stress, ansiedade e sensação de sobrecarga são caracterizados como principais consequências psicológicas originados pela quantidade de trabalho excessiva. Para David Maxfield, um dos investigadores que participou na recolha de dados, esse excesso de afazeres também é resultado de uma má gestão na política de sistemas de trabalho, que priorizam sempre o “fazer mais com menos”.

“Sem um sistema pensado para selecionar e organizar as tarefas que chegam, e sem as capacidades para negociar os compromissos existentes, um funcionário ficará sempre destinado a uma lista de tarefas impossível de concretizar”, diz. ”A menos que o funcionário assuma um controlo sobre o sistema de organização, este vai continuar a trabalhar freneticamente, prejudicando o ritmo de trabalho e a lista de tarefas”, vinca.

O investigador sugere algumas dicas para lidar melhor com a ansiedade no trabalho, desde usar ferramentas para organizar todas as tarefas e ideias num primeiro momento a investir em técnicas de meditação quando sair do local de trabalho, ou até manifestar a excessiva carga laboral ao seu superior ou departamento de recursos humanos.

 

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