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Mais de metade dos trabalhadores portugueses quer voltar ao local de trabalho

O estudo da Randstad contrasta com o que era sentido em 2020, altura em que havia uma clara preferência em trabalhar remotamente. Hoje, 77% dos inquiridos prefere trabalhar no local de trabalho.
19 Abril 2021, 12h25

Cerca de 80% dos colaboradores portugueses atualmente em regime de teletrabalho admite querer voltar ao local de trabalho, uma tendência que se mantém se olharmos para os resultados globais (78%) ou da Europa (77%).

Os dados foram avançados, esta segunda-feira, pela Randstad que conduziu um estudo que contrasta com o que era sentido em 2020 em que havia uma clara preferência em trabalhar remotamente.

Para sustentar esta convicção, os inquiridos apontaram cinco razões para o facto de ser difícil trabalhar a partir de casa. A primeira, de acordo com 61% dos questionados prende-se com a “saudade da interação com os colegas”, seguindo-lhe da “dificuldade em manter o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional”, um motivo partilhado entre 39% dos inquiridos.

Já 29% admite sentir-se “sozinho” ou “isolado”, enquanto que entre os pais em teletrabalho, 24% afirma que o facto das “crianças requererem atenção” é um motivo para preferir trabalhar a partir do local de trabalho. Quanto a questões técnicas, 18% considera que a má ligação à internet influencia a qualidade de trabalho, um critério que surge em último quando considerado os resultados da Europa.

Em relação à produtividade não a consideram afetada nem positiva nem negativamente por estarem a trabalhar de casa. A opinião já varia se olharmos para a geração Z (18-24 anos) em que 30% considera que a produtividade foi afetada negativamente porque estão com mais stress e em sentido inverso os millenials (25-34 anos) em que 43% considera mesmo que a produtividade foi afetada de forma positiva por estarem a trabalhar remotamente.

Máscara é a principal dificuldade no local de trabalho

No entanto, para os portugueses que continuaram ou regressaram ao local de trabalho, a principal dificuldade é ter que usar máscara durante o trabalho (65%), seguida do medo de ficarem infetados (59%). Cerca de 30% refere ainda que, devido à quarentena, a carga de trabalho aumentou e 27% realça dificuldades entre manter o o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Já 15% dos inquiridos, subscreve à necessidade de fornecer documentação para justificar o trabalho fora de casa.

Em relação à produtividade os portugueses diferenciam-se dos resultados globais e mesmo da Europa ao considerar que foi afetada de forma negativa porque estão com o stress de poderem ficar contaminados (51% Portugal, 32% Europa, 33% Global).

Vacinas aumentam a confiança no local de trabalho

Com o arranque do processo de vacinação, 59% dos portugueses considera que terá mais oportunidades de emprego depois de estar imunizado. Um valor que desce na média europeia para os 49% e a nível global está nos 56%. Os países com menos confiança nesta relação entre a vacina e o trabalho são a França (34%), o Luxemburgo (34%) e a Suíça (35%) e em sentido contrário a India (86%), China (80%) e o Brasil (77%).

A confiança no local de trabalho é também reforçada quando os outros forem vacinados (55% Portugal, 48% Europa e 53% Global). A Suíça volta a estar entre os que menos demonstra esta preocupação juntamente com a Hungria e República Checa. Em sentido contrário voltamos a encontrar a India e o Brasil mas desta vez com a Malásia.

Quanto a preferir continuar a trabalhar de casa até a vacina ser amplamente administrada, 59% dos portugueses estão de acordo, um valor semelhante ao Global (51%) mas que está acima da média Europeia (45%).

 

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