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Mais jovem português na FIBA responsável pelo marketing do Mundial da China este ano

Mundial de Basquetebol de 2019 vai realizar-se na China entre 31 de agosto a 15 de setembro. Edgar Gonçalves é o mais jovem português a trabalhar na FIBA e traça ao Jornal Económico quais os desafios de organizar esta competição na China.
25 Março 2019, 07h42

Edgar Gonçalves é o mais jovem português na FIBA, com sede em Genebra (Suíça) e o único a trabalhar no departamento de marketing que, este ano, está a concentrar todos os esforços para a realização do Mundial que vai ter lugar na China de 31 de agosto a 15 de setembro.

“Sempre joguei basquetebol em Portugal e daí a procura do sonho fora do campo, mas dentro do mundo basquetebolístico. A minha formação académica até ao Mestrado foi em terras lusas – a mudança disruptiva foi no mestrado internacional”, explica Edgar Gonçalves em entrevista ao Jornal Económico.

A oportunidade para trabalhar na FIBA ao nível do marketing surgiu após culminar duas etapas académicas: Licenciatura na Faculdade de Economia da Universidade do Porto e o Mestrado em Gestão Desportiva e Marketing em Veneza (Itália) na Ca’ Foscari University. Tendo este Mestrado sido criado entre a universidade e a Liga Europeia de Basquetebol – EuroLeague (com sessões presenciais em Barcelona e Istambul) e tendo o jovem português atingido a nota máxima no projeto final (algo que nunca acontecido em onze edições). “Neste contexto”, explica Edgar Gonçalves ao Jornal Económico, “surgiu a oportunidade de ingressar a Federação Internacional de Basquetebol (FIBA) ao receber o convite para me candidatar ao cargo de Trainee da equipa FIBA Marketing. Ao fim de um processo de seleção com três entrevistas, fiz as malas em direção à Suiça!”.

Desde que ingressou no órgão máximo do basquetebol internacional, em junho de 2018, deu apoio a uma série de áreas como o branding, licensing, ticketing e patrocínio em eventos como o próximo campeonato do mundo de basquetebol mas também no campeonato do mundo feminino assim como na edição sub-19 dos mundiais.

Desafio: organizar o Mundial na China

Para o Mundial de basquetebol que se vai realizar na China, Edgar Gonçalves coloca a fasquia no patamar mais alto: “o objetivo para a FIBA Basketball World Cup China 2019 é simples: tornar este um dos maiores eventos desportivos e de entretenimento de sempre!”. Para isso, já conta um número recorde parceiros globais (oito), desenvolveu uma série de atividades de promoção do evento junto dos parceiros e dos fãs (que se irão concretizar nos próximos meses) e já conta com Kobe Bryant como embaixador global do Mundial.

Organizar um Mundial na China é um autêntico desafio para a FIBA. Edgar Gonçalves explica quais as principais barreiras a ultrapassar: “os desafios passam naturalmente pela barreira cultural e da língua na comunicação e planeamento de um mundial que se irá realizar em oito diferentes cidades espalhadas pela China. Temas que vão desde bilheteira, transporte e segurança até ativação dos parceiros globais e nacionais nos jogos e Fan Zones são consideradas saída da zona de conforto no dia-a-dia para garantir uma abordagem que seja consensual. Apesar disso, a FIBA e o LOC (Local Organizing Comitee) já deu provas de uma sinergia com resultados acima da expectativa”. A menos de seis meses do início da competição (31 de agosto de 2019), existe muito trabalho para fazer, explica o especialista em marketing, “mas com a certeza que o produto FIBA tem um valor bastante diferente de 2014”.

Portugueses com impacto no mundo do basquetebol

“Não sendo notoriamente visível nos meios digitais e televisivos, existem portugueses com grande impacto no mundo basquetebolístico – quer a nível de arbitragem, coordenação técnica ou de gestão em várias ligas nacionais e internacionais”, esclarece Edgar Gonçalves sobre o impacto dos portugueses no contexto do basquetebol internacional.

O especialista em marketing esclarece que “como o produto “jogador” é, felizmente ou infelizmente, o que recebe maior reconhecimento torna-se difícil valorizar o trabalho “fora do campo” dos restantes portugueses que se destacam. Assim, e dentro do seio da FIBA, posso dizer que o nosso país está a ganhar consistentemente uma marca de excelência”.

Edgar Gonçalves destaca a organização “com sucesso” das competições júnior da FIBA durante cinco anos consecutivos, por parte da Federação Portuguesa de Basquetebol (FPB) e Associação de Basquetebol do Porto (ABP). “É Uuma marca histórica mundialmente. Este número demonstra o profissionalismo, compromisso e eficiência das pessoas que estão “por trás das cortinas””, define o português.

Português a jogar na NBA: para quando?

Apesar do sucesso de alguns portugueses no contexto basquetebolístico internacional, nunca um português conseguiu estrear-se na mais competitiva e milionária liga do mundo: a NBA. Uma realidade que pode ter os dias contados, realça Edgar Gonçalves. “Estou certo que esse passo está próximo! Nos dias de hoje felizmente temos oportunidades e portas abertas (digitais e presenciais) para que mercados como o espanhol, canadiano ou americano possam estar a par do “produto” português. Ter a “Ticha” Penicheiro como referência na liga homóloga feminina – WNBA – só pode motivar a próxima geração de líderes sociais a lutar por sonhos (supostamente) impossíveis”.

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