Esta é a história de um ‘self made man’ no competitivo mundo do calçado. O livro “One Man Shoe” conta o percurso de vida de Manuel da Silva. No livro, coordenado por Elsa Pacheco, Manuel da Silva começa por contar como desde os 12 anos assumiu responsabilidades na empresa têxtil do pai ficando à frente da parte de tecelagem. Mas não só. “Com o profissionalismo e irreverência que eu tinha de fazer tudo bem feito e melhor que os outros, cheguei a um ponto que tinha tempo para fazer outras tarefas na empresa, porque tudo funcionava bem”, explica.
Ao longo de mais de 150 páginas, o empresário revela-nos também algumas histórias mais pessoais, desde o dia em que conheceu aquela que viria a ser a companheira e conselheira de uma vida até à forma como, na tropa, enganou as vistorias na enfermaria do hospital militar para poder ir a casa aos fins-de-semana para namorar ou conseguir ir a uma noitada de copos com outros amigos militares. “Já nessa altura era bastante aventureiro”, garante.
Nascido em 1950 em São Jorge de Vizela, concelho de Felgueiras, destacou-se pelo faro para o negócio na empresa têxtil do pai. Manuel da Silva subiu a pulso, primeiro no sector têxtil com o pai e depois no calçado com a família da mulher. A indústria do calçado só mais tarde entraria na sua vida. Mais concretamente em 1973, quando a sogra o convida para ser sócio da empresa de calçado da família da mulher. Durante a década seguinte Manuel da Silva dividiu-se entre a empresa têxtil do pai e a de calçado da família da mulher, à qual mais tarde viria a dedicar-se em exclusivo.
Um setor onde viria a criar em 2007 uma empresa: a Martiape. Mais do que uma simples autobiografia, “One Man Shoe” é também o retrato do caminho que o setor do calçado teve de percorrer para se afirmar no contexto mundial e superar a forte concorrência dos mercados asiáticos de produção em massa e mão-de-obra barata na última década. Mas Manuel da Silva vai mais longe e deixa mesmo algumas pistas para aqueles que, no entender deste empresário, devem ser os passos a dar numa indústria que dá cartas a nível mundial e onde apenas é superada pela Itália.
Em 2007, num período em que se aconselhava a retardar os investimentos empresariais, o espírito empreendedor levou-o a criar uma empresa que, como o próprio descreve no seu livro, “é diferente das outras”. Desde logo pelo tipo de diferenciação que imprime ao produto que apresenta como também nos acabamentos que desenvolve.
“Chamei os meus três filhos e a minha mulher e decidimos, em conjunto, criar uma empresa de calçado. Tinha ideias novas que, na altura, já eram revolucionárias para a indústria do calçado e queria pô-las em prática”, revela.
Entre agosto de 2007 e 2 de janeiro de 2008 Manuel da Silva deu todos os passos necessários ao lançamento da Martiape, desde a constituição da sociedade até à aquisição de um espaço para laboração e contratação de funcionários. “Logo no arranque a empresa dava emprego de forma direta a 50 pessoas e gerava mais 30 postos de trabalho indiretos”, conclui.
A aposta da empresa reside nos padrões de qualidade, que passam por um controlo exigente e selectivo. Uma mais-valia de uma empresa que aposta sem receios no desenvolvimento de diferentes acabamentos originais e inovadores. “O que é preciso é começar e nunca ter medo de novos desafios. Depois, as ideias vão sempre surgindo cada vez mais fortes e duradouras até conseguirmos produzir sapatos diferenciadores”.
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