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Marcelo Rebelo de Sousa recusa a “sedução do desconfinamento”

Tal como se previa, o Presidente da República não aceitará qualquer desconfinamento induzido pela melhoria dos números que envolvem a pandemia de Covid-19. “Até à Páscoa, temos que ganhar o verão e o outono”, repetiu.
  • Rui Ochoa / Presidência da República / Lusa
25 Fevereiro 2021, 20h22

Tal como era esperado, o Presidente da República veio ‘acalmar’ os (muitos) que consideram que os números mais recentes associados à pandemia são os necessários e os suficientes para que o Governo decrete a reabertura, ou alguma reabertura, da sociedade. Mas para Marcelo Rebelo de Sousa, esses números são os necessários mas não os suficientes. “É muito tentador defender que há que abrir e desconfinar e que as escolas seriam o sector proposto para essa abertura”, disse – antes de enumerar todos os aspetos positivos da envolvente da pandemia nas últimas duas semanas.

Mas o Presidente, fechado o capítulo do lado positivo, abriu o capítulo do lado negativo. E desse lado, os motivos são igualmente válidos. “A dupla segurança das vacinas e de mais testes” não é suficiente para que o desconfinamento avance de imediato.

Até porque, recordou, “O numero de internados ainda é quase o dobro” do aceitável, tal como sucede com “o número dos que estão em cuidados intensivos que é mais do dobro do aconselhável”.

Neste quadro, não tão negro como há um mês mas ainda assim negro, Marcelo Rebelo de Sousa disse ser imperativo que o confinamento se mantenha até à Páscoa: ”os piores números são os de há um mês como as filas das ambulâncias são de há três semanas”, recordou.

Os atrasos na entrega das vacinas não ajuda e as razões opostas que enumerou “fazem pensar em expectativas de aberturas apressadas, que por muito sedutoras que sejam”, não podem ser uma alternativa para já.

“Decidir em consciência é com critérios claros e deve ter-se presentes os sinais certos a dar aos portugueses”, afirmou o Presidente. Pare ele, “a solidariedade institucional entre o Presidente da República, a Assembleia e o Governo, que enfrentando as causas comuns”, implica que o desconfinamento não seja para já uma opção. “Já disse e repito: temos que ganhar até à Páscoa o verão e o outono deste ano”.

“A Páscoa e o marco essencial” para o futuro desconfinamento, disse, e seria “um  sinal errado” tomar agora essa opção. Que, se fosse tomada agora, “seria correr um risco tão tremendo quanto leviano: sabemos que os números sobem mais depressa do que descem”. “Não cometeremos os mesmos erros”, concluiu.

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