Apenas duas semanas após os primeiros-ministros português e britânico terem assinado uma nova Declaração Conjunta, na qual concordámos em trabalhar juntos para enfrentar os grandes desafios globais do nosso tempo, a comunidade internacional reuniu-se em Portugal para uma Conferência das Nações Unidas, com vista a discutir um dos mais importantes desses desafios: proteger o nosso oceano.

O Reino Unido e Portugal partilham uma profunda convicção de que não podemos salvar o nosso planeta da emergência climática sem salvar o nosso oceano. Sob a presidência britânica da COP26, a conferência das Nações Unidas sobre alterações climáticas, em Glasgow, em novembro passado, a comunidade internacional concordou pela primeira vez em realçar o papel do oceano nas discussões globais sobre alterações climáticas.

O Reino Unido tem defendido incansavelmente o investimento em ações oceano-clima e o aumento do financiamento para soluções baseadas na natureza. Liderámos o caminho com um ambicioso Fundo do Planeta Azul, no valor de 500 milhões de libras (cerca de 586 milhões de euros), para apoiar os países em desenvolvimento e as comunidades costeiras vulneráveis na adaptação às alterações climáticas e na construção de economias costeiras sustentáveis e prósperas.

Lord Goldsmith, ministro para o Pacífico e o Ambiente Internacional do Reino Unido, anunciou durante a Conferência uma nova dotação do Fundo, que disponibilizará mais de 250 milhões de libras para projetos de restauração de corais, mangues e pradarias marinhas, bem como para a implementação e gestão de Áreas Marinhas Protegidas em todo o mundo.

A Conferência também destacou como o desenvolvimento de uma Economia Azul que impulsione uma abordagem sustentável ao nosso oceano pode produzir benefícios para todos. Neste sentido, o Reino Unido anunciou que se irá juntar a Portugal no Painel de Alto Nível para uma Economia Oceânica Sustentável, uma iniciativa que reúne governos, empresas, instituições financeiras, a comunidade científica e a sociedade civil, para impulsionar esta transição.

A expansão da ação dos oceanos depende da melhor ciência e investigação. Como pioneiro da ciência e tecnologia marinhas, o Reino Unido está empenhado na Década da ONU da Ciência dos Oceanos para o Desenvolvimento Sustentável (2021-2030) e na sua visão para a ciência dos oceanos.

A colaboração internacional é, pois, crucial: existem fortes ligações entre o Reino Unido e Portugal, com as nossas comunidades científicas empenhadas em projetos para melhorar a nossa compreensão do oceano. Paralelamente à Conferência dos Oceanos, cientistas britânicos e portugueses reuniram-se para debater como impulsionar a transferência de dados, promover a utilização conjunta de plataformas científicas, melhorar a mobilidade dos investigadores e o reforço de competências e a formação.

Sei que estas questões são igualmente importantes para Portugal, para o Governo, para o povo e para as organizações não governamentais tão dedicadas e empenhadas nesta missão. Existe um enorme interesse nos problemas do oceano que precisam de ser enfrentados, incluindo as ações para combater a poluição, restaurar os habitats marinhos, inverter a acidificação do oceano e a pesca legal e sustentável.

Imbuídos deste espírito, este outono, a Embaixada Britânica associa-se novamente à International Ocean Film Tour para levar histórias sobre o oceano a cidades e vilas em Portugal. Estamos ansiosos por partilhar essas histórias com todos os entusiastas dos oceanos!