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Maria Luís defendeu na ESMA uma “supervisão dos mercados mais harmonizada na Europa”

Os processos duplicados entre supervisores acrescentam mais carga às empresas e, mais uma vez, sufocam a nossa competitividade. Precisamos de garantir a previsibilidade para todos os investidores, independentemente da sua dimensão, do seu mercado e do setor em que pretendem investir”, defendeu a Comissária para os Serviços Financeiros e a União das Poupanças e dos Investimento.
A futura Comissária Europeia e ex-ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, discursa durante um jantar-conferência na Universidade de Verão Partido Social Democrata (PSD), que decorre até amanhã, 01 de setembro, numa unidade hoteleira, Castelo de Vide, 31 de agosto de 2024. NUNO VEIGA/LUSA
5 Fevereiro 2025, 18h55

Sob o tema “Construir um futuro próspero para a Europa – A União da Poupança e do Investimento”, na Conferência European Securities and Markets Authority (ESMA) 2025, realizada hoje em Paris, Maria Luís Albuquerque disse que “com uma melhor integração dos nossos mercados, as oportunidades aumentarão e os aforradores terão mais opções e mais possibilidades de aumentar o seu património financeiro”.

“A fragmentação dos nossos mercados de capitais também prejudica as empresas, dificultando o seu crescimento e sucesso”, alerta a Comissária para os Serviços Financeiros e a União das Poupanças e dos Investimentos.

Maria Luís Albuquerque disse que “o nosso objetivo é criar um caminho para que a poupança privada flua para as empresas europeias, promovendo o crescimento, a prosperidade e o retorno para os aforradores, ao mesmo tempo que impulsionamos a economia europeia.”

“Queremos capacitar os nossos cidadãos para colocarem o seu dinheiro a trabalhar, dando-lhes um melhor e mais fácil acesso aos mercados de capital. Precisamos de tornar a criação de riqueza familiar mais acessível e económica”, defendeu.

A Comissária para os Serviços Financeiros e a União das Poupanças e dos Investimento alertou que “os processos duplicados entre supervisores acrescentam mais carga às empresas e, mais uma vez, sufocam a nossa competitividade. Precisamos de garantir a previsibilidade para todos os investidores, independentemente da sua dimensão, do seu mercado e do setor em que pretendem investir.”

“Devemos encarar uma cultura de supervisão mais harmonizada na Europa como um passo em direção a um ecossistema de investimento mais simples e eficiente”, defendeu.

“É manifesto que a Europa se tornou menos competitiva e o nosso fosso de produtividade está a aumentar”, referiu também.

Maria Luís Albuquerque teve oportunidade ainda de dizer que “neste momento, os europeus não aproveitam ao máximo as suas poupanças”.

“As razões são múltiplas e dependem do nível de educação financeira, de uma atitude de aversão ao risco, mas também de ineficiências no funcionamento dos mercados de capitais europeus”, apontou acrescentando que isso tem efeitos secundários significativos. “Em particular, a persistente fragmentação nos mercados de capitais torna difícil, se não impossível, que os aforradores invistam o seu dinheiro em toda a Europa”, sublinhou.

Como resultado, vemos frequentemente os aforradores europeus a procurarem mercados estrangeiros – que são mais profundos e eficientes – em busca de oportunidades de investimento com retornos satisfatórios, disse.

A Comissária destacou que “com mais de 11 biliões de euros em poupanças das famílias na Europa, apenas em dinheiro e depósitos, existe uma oportunidade significativa para os nossos mercados de capitais oferecerem aos aforradores soluções de investimento alternativas atractivas e bem remuneradas”.

“Ao integrar melhor os nossos mercados, as oportunidades aumentariam, e os aforradores teriam mais opções e mais possibilidades de aumentar o seu património financeiro. E refiro-me a todos os cidadãos europeus”, defendeu.

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