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Marinho Pinto: “O Governo tem gostado muito das lutas sindicais da CGTP e da UGT. São lutas muito educadas, muito disciplinadas”

O líder do PDR criticou a atuação do Governo de António Costa durante a greve dos motoristas de matérias perigosas.
20 Agosto 2019, 17h02

O líder do Partido Democrático Revolucionário (PDR) criticou a postura do Governo em relação ao conflito laboral que opõe motoristas de combustíveis e os patrões do setor.

Numa avaliação à atuação do Executivo de António Costa durante a greve dos motoristas, Marinho Pinto considerou que “não diferiu muito da forma como as ditaduras tratam as lutas sindicais que não lhes agradam”, disse em entrevista à Rádio Observador.

“O Governo, e os sucessivos governos, tem gostado muito das lutas sindicais da CGTP e da UGT, são lutas muito educadas, muito disciplinadas, muito responsáveis”, afirmou Marinho Pinto esta terça-feira, 20 de agosto.

“A ditadura mandava a polícia de choque carregar sobre os trabalhadores: bancários, metalúrgicos, trabalhadores da TAP. Neste processo, houve motoristas que tiveram que trabalhar com armas apontadas. Houve um que abrandou a marcha e apareceram logo GNRs a apontar metralhadoras”, comparou.

O antigo bastonário da Ordem dos Advogados disse rever-se na “substância deste processo”, referindo-se à luta sindical protagonizada pelo Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP).

“Sabe o que representa para a sociedade portuguesa andarem pessoas a trabalharem mais de 70 horas por semana a transportar toneladas de combustíveis? Sabe o perigo que isso representava? As pessoas não imaginam… andavam com bombas relógios tenebrosas atrás de si, a trabalhar mais de 70 horas por semana, e a receber uma grande fatia do ordenado por baixo da mesa, para os patrões não pagarem contribuições para a Segurança Social”, disse Marinho Pinto.

Na entrevista à Rádio Observador, o líder do PDR também deixou elogios ao vice-presidente do SNMMP. “Seria um excelente candidato à Assembleia da República porque liderou, ou participou, num processo de luta sindical, dos fenómenos mais importantes da democracia portuguesa, ou mesmo o mais importante, sobretudo após a fase da degenerescência da democracia”.

Questionado sobre se Pardal Henriques vai ser candidato pelo PDR às eleições legislativas, Marinho Pinto rejeitou desvendar o tabu. “É uma hipótese, vamos ver. Não confirmamos nem desmentimos nenhum nome que seja apresentado pela comunicação social sem que as listas sejam aprovadas”.

Recorde-se que o SNMMP de Pardal Henriques e a Associação Nacional de Transportes Públicos Rodoviários (ANTRAM) estão hoje reunidos para tentar chegar a acordo sobre o conflito laboral que opõe sindicato e patrões há vários meses e que já deu origem a duas greves.

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